Ursula von der Leyen e Jens Stoltenberg visitaram hoje uma plataforma petrolífera na Noruega, acompanhados pelo primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
Em declarações no final da visita, Von der Leyen reconheceu que Oslo sempre foi “um grande parceiro, ainda mais nos últimos 12 meses”, quando o Kremlin (Presidência russa) “tentou chantagear” a União Europeia (UE) com o corte no fornecimento de gás natural.
“Precisávamos de parceiros e foi isso que a Noruega foi. Aumentou a sua produção [de gás natural] de 78 mil milhões de metros cúbicos para 90 mil milhões de metros cúbicos”, acrescentou a presidente da Comissão.
Ladeada por Stoltenberg e Støre, Ursula von der Leyen insistiu na necessidade de proteger “as infraestruturas críticas”: “Os últimos meses ensinaram-nos isso.”
Von der Leyen aludiu ao ato de sabotagem que visou os gasodutos Nord Stream, em setembro do ano passado, que transportam gás natural desde a Rússia até à Alemanha e cuja autoria ainda está por averiguar, apesar de haver agora a suspeita de que foi perpetrado por uma organização pró-ucraniana.
“A União Europeia e a NATO têm visões muito claras” sobre como proteger as infraestruturas críticas, reconheceu a presidente da Comissão Europeia, argumentando que a união das duas perspetivas vai criar uma “visão holística” do problema e sobre aquilo que é necessário fazer para o resolver.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) concordou com as palavras da responsável da UE e acrescentou que o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, “falhou na tentativa” de chantagear os países que estão a apoiar a Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022.
O representante frisou que a NATO aumentou a presença no Mar do Norte e no Mar Báltico e exemplo disso, apontou Stoltenberg no local, são os navios da Guarda Costeira e um helicóptero que estavam a rodear a plataforma petrolífera.
A proteção de todas as infraestruturas críticas não pode ser constante, explicou o líder da NATO, pela impossibilidade de salvaguardar milhares de quilómetros de infraestruturas submarinas, mas para isso, advertiu, existe a cooperação entre os Estados-membros da UE e da NATO (a maioria faz parte das duas organizações, como Portugal).
Há uma constante “monitorização de perto”, assegurou Stoltenberg, e acontecendo alguma coisa, a NATO vai “reagir depressa”.
A presidente da Comissão Europeia disse também que com a Noruega vai ser possível avançar na “Liga dos Campeões” da energia sustentável: “Só tínhamos uma ‘aliança verde’ com o Japão, agora também há uma com a Noruega.”
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Comentários