“Esta aplicação é mais um passo em frente no caminho da desmaterialização e descarbonização do sistema de transportes. A ideia é que seja possível aos utentes a possibilidade de escolher o modo mais adequado, escolhendo o sistema de tarifário, o sistema de pagamento que seja verdadeiramente desmaterializado”, disse hoje à Lusa José Mendes, secretário de Estado Adjunto do Ambiente.
Na cerimónia de apresentação da aplicação, que está a ser desenvolvida pela empresa portuguesa Nova Base, e que decorreu no Museu da Carris, em Lisboa, José Mendes acrescentou que esta aplicação irá permitir atrair mais utentes para os transportes públicos.
“Há um conjunto de ‘drivers’ que permitirão atrair mais utentes para o transporte coletivo, de forma a que este não seja uma segunda escolha, mas sim a primeira (…). O passo que aqui se deu hoje, esta a prova de conceito de pagamento desmaterializado através da Via Verde, de tecnologia nacional, é mais uma pedrinha neste edifício que pretende atrair mais utentes para os transportes públicos”, frisou o governante.
A aplicação Via Verde Transportes fica instalada no telemóvel do utilizador, sendo debitado o preço do bilhete da viagem por si realizada na Carris, Metro ou Transtejo, via ‘bluetooth’.
Manuel Garcia, um dos responsáveis pela aplicação da Nova Base, explicou à Lusa que a aplicação “vai facilitar a vida aos clientes dos transportes públicos” porque pode, por exemplo, calcular o melhor preço para o trajeto da viagem que o passageiro escolher.
Embora ainda tenha “algumas afinações” pela frente, Manuel Garcia acredita que a aplicação deverá estar disponível no último trimestre deste ano.
“Tem ainda trabalho pela frente, muitas afinações. Por exemplo, no caso de uma Carris implica que todos os autocarros e elétricos tenham de ter os dispositivos [de leitura da ‘app’] todos instalados. Antevejo que no último trimestre do ano [possa estar a funcionar], sendo um objetivo com alguma ambição, mas realista”, afirmou.
A equipa, de cerca de 20 pessoas, da Nova Base trabalha no projeto há cerca de dois anos.
Já Pedro Mourisca, da Via Verde, garante que a aplicação vai “mudar de forma radical” a forma como as pessoas viajam, já que não vão precisar de “conhecer a rede de transportes ou as centenas ou milhares de diferentes bilhetes que existem”.
De acordo com o responsável, será só necessário viajarem e a ‘app’ vai “calcular automaticamente o preço da dita viagem”.
Segundo Pedrou Mourisca, trata-se de replicar a funcionalidade da aplicação da Via Verde para os transportes públicos, estimando que estará disponível para os 400 mil utilizadores da atual ‘app’ da Via Verde, num universo de 3,3 milhões de clientes.
Apesar de a plataforma estar para já restrita a um grupo de utilizadores fechado, permite aos responsáveis antever um modelo de utilização muito simples, em que bastará descarregar a ‘app’ Via Verde Transportes, efetuar um registo, criando ou utilizando uma conta Via Verde e, a partir daí, para viajar, bastará fazer uma validação no local de partida, aproximando o telemóvel do novo validador e, quando chegar ao destino, realizar a saída da aplicação.
A cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que considerou a aplicação “uma solução para a criação de uma bilhética integrada”, que encaixa na estratégia da autarquia em tornar os transportes públicos “credíveis, eficazes e cómodos”.
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