"Esta é a ocasião de confrontar a nossa história e de garantirmos que nunca mais serão cometidos os mesmos erros", declarou a primeira-ministra neo-zelandesa, Jacinda Ardern, que prometeu durante a campanha eleitoral a criação da comissão sobre abusos cometidos em instituições públicas.
O Estado tinha, de facto, o papel de ser a família destas crianças e estes abusos "são inadmissíveis", afirmou Ardern, que chegou ao poder em outubro passado.
A comissão vai investigar as denúncias de abusos cometidos entre 1950 e 1990, em instituições como orfanatos, casas de correção ou asilos psiquiátricos.
Há vários anos que as vítimas denunciam os abusos sexuais, físicos e emocionais sofridos quando foram colocadas em instituições públicas. No ano passado, a comissária neo-zelandesa para as relações raciais Susan Devoy tinha estimado em 100 mil o número de crianças institucionalizadas naquele período.
A ministra do Interior neo-zelandesa, Tracey Martin, sublinhou que o inquérito vai dar particular atenção ao impacto dos abusos na população indígena maori, cujas crianças constituem a maioria das institucionalizações.
Os maoris são os mais desfavorecidos da Nova Zelândia, com taxas de pobreza, de desemprego e de condenações a prisão superiores às da média da população.
Não foi definida qualquer data limite para os trabalhos da comissão. Investigações semelhantes na Austrália, no Reino Unido e no Canadá prolongaram-se por vários anos.
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