A primeira-ministra, Jacinda Ardern, anunciou numa conferência de imprensa as mudanças fundamentais na relação entre os dois países, o que inclui a proibição de entrada no país dos responsáveis militares de Myanmar.
A medida foi avançada pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Nanaia Mahuta, que indicou que os programas de ajuda da Nova Zelândia a Myanmar não vão incluir projetos geridos pelos militares ou que beneficiem de qualquer forma os militares.
“Não reconhecemos a legitimidade do Governo militar [de Myanmar]. Apelamos à libertação imediata de todos os líderes políticos detidos e à restauração do Governo civil”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros.
O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas tem agendada para sexta-feira uma sessão especial para abordar a situação em Myanmar, a pedido do Reino Unido e da União Europeia, e com o apoio de pelo menos 47 países.
“O Estado de Direito e a vontade democrática do povo de Myanmar devem ser respeitados”, disse Mahuta, numa declaração em que se condena a tomada do poder pelos militares há uma semana, liderada pelo general Min Aung Hlaing.
A junta militar impôs a lei marcial na segunda-feira da passada semana em várias cidades para refrear as manifestações.
A medida proíbe as reuniões de mais de cinco pessoas e impõe um recolher obrigatório noturno, entre outros, com a polícia a colocar controlos em vários pontos da antiga capital para evitar protestos.
No seu primeiro discurso à nação, Min Aung Hlaing justificou o golpe militar com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro, que foram ganhas pela Liga Nacional para a Democracia (NLD), liderada pela Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.
Pelo menos 170 pessoas foram detidas, incluindo Suu Kyi e numerosos membros proeminentes da NLD, que tem estado no poder desde 2016.
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