“Há 131 desaparecidos”, declarou o chefe do Governo laosiano, Thongloun Sisoulith, enquanto a agência de notícias oficial, KPL, aponta para “centenas de desaparecidos”.
O acidente terá causado pelo menos 26 mortos, disse à agência France-Presse o cônsul tailandês no Laos, Chana Miencharoen, no local do acidente, ocorrido na província de Attapeu (sul, próximo das fronteiras com o Vietname e o Camboja).
O diplomata adiantou que há cerca de seis mil desalojados.
Um balanço anterior das autoridades locais apontava para 19 mortos, mas admite-se que o número de vítimas mortais aumente à medida que avançam as operações de resgate dos desaparecidos.
Pelo menos oito aldeias de Attapeu ficaram parcialmente submersas pelos 5.000 milhões de metros cúbicos de água libertados pelo derrube de uma secção de uma rede de represas em construção nos rios Xe Pian e Xe Namnoy.
As equipas de busca e resgate utilizam helicópteros e embarcações, embora em número insuficiente face às necessidades, para localizar os desaparecidos e salvar as pessoas que continuam presas no interior ou nos telhados das suas casas ou em árvores.
As operações estão a ser dificultadas pelas chuvas das monções.
O governador Bounhom Phommasane, do distrito de Sanamxay, em Attapeu, declarou à imprensa que, esta manhã, tinham sido resgatadas 2.851 pessoas, mas ainda estavam cerca de 3.000 à espera de auxílio.
“Um segundo passo para nós será recuperar e identificar os mortos, mas atualmente o prioritário é encontrar os que continuam vivos”, acrescentou o responsável, citado pelo jornal Vientiane Times.
Imagens transmitidas pelos media locais mostram pessoas nos telhados de casas, esperando socorro, enquanto alguns fogem da zona com os bens que puderam salvar das inundações, que atingiram um vasto perímetro.
A Cruz Vermelha está a distribuir roupas, alimentos e água potável.
Segundo a AFP, perto de 750 pessoas refugiaram-se num armazém numa província vizinha a dezenas de quilómetros do local do acidente.
Entretanto, aumentam as críticas da população local, que lamenta a falta de informação atempada para conseguirem escapar da inundação, já que as chuvas fortes causaram danos visíveis na estrutura dias antes do seu colapso.
Os governos de Singapura, Tailândia e Coreia do Sul foram os primeiros a oferecer ou enviar assistência.
Os desmoronamentos de barragens ou diques, semelhantes ao ocorrido no Laos, são relativamente frequentes na Ásia, em particular na China.
Em agosto de 1998, na província chinesa de Hubei, centenas de pessoas morreram após o colapso de um dique.
Mais de 20 mil pessoas morreram no centro da China, em agosto de 1975, após a rutura de barragens, uma catástrofe que só foi revelada 24 anos mais tarde.
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