Uma unidade do exército tailandês estacionada perto da fronteira com Myanmar afirmou que os combates tinham recomeçado, mas que “não foram registadas quaisquer baixas”, segundo a agência francesa AFP.
Os confrontos eclodiram perto da cidade de Myawaddy, no lado birmanês, um local estratégico para o comércio com a Tailândia.
Os dois países do Sudeste Asiático partilham uma fronteira de 2.400 quilómetros.
A antiga Birmânia é governada por uma junta militar desde o golpe de 2021, que reacendeu o conflito entre o exército e as minorias étnicas.
Em confrontos anteriores, a União Nacional Karen (KNU), que está a lutar contra a junta militar, informou que soldados birmaneses se tinham refugiado sob uma ponte que liga Myawaddy a Mae Sot, na Tailândia.
No início de abril, as tropas governamentais foram obrigadas a retirar-se de Myawaddy.
O porta-voz do KNU, Padoh Saw Taw Nee, confirmou à AFP o início de confrontos entre o exército birmanês e as forças do grupo em Myawaddy, sem fornecer mais pormenores.
Um camionista da cidade birmanesa, que pediu para não ser identificado, disse que os combates ocorreram no exterior da cidade.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês, Parnpree Bahiddha-Nukara, disse nas redes sociais que estava a acompanhar de perto a situação.
Uma tomada total de Myawaddy seria uma derrota humilhante para os generais no poder em Myanmar, que sofreram uma série de reveses no campo de batalha nos últimos meses, particularmente no norte e oeste do país.
A Tailândia anunciou há uma semana que se estava a preparar para receber 100.000 birmaneses.
A antiga Birmânia tem estado mergulhada em conflitos desde o golpe de Estado, com a junta militar enfraquecida pelas derrotas do exército contra guerrilheiros pró-democracia e de minorias étnicas.
O golpe militar de 2021 pôs fim a 10 anos de transição democrática com o derrube do governo de Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz de 1991.
Suu Kyi, que foi alvo de críticas internacionais por não apoiar o fim da repressão da minoria muçulmana rohingya, foi entretanto condenada a 33 anos de prisão em vários processos.
A líder birmanesa, de 78 anos, já tinha estado sob prisão domiciliária entre 1989 e 2010.
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