“Em todo o país, 113 pessoas morreram, 64 estão desaparecidas e 14 ficaram feridas”, declarou o porta-voz da junta, Zaw Min Tun, acrescentando que “mais de 320 mil pessoas, foram retiradas para campos de socorro temporários”.
Esta avaliação continua a ser provisória porque a informação é fragmentada, devido a estradas e pontes danificadas, assim como ao corte de linhas telefónicas e de Internet.
As inundações e deslizamentos de terras que se seguiram à passagem do Yagi, que atingiu a região no passado fim de semana, provocaram um total de mais de 400 mortos, principalmente em Myanmar (antiga Birmânia) e no Vietname, mas também no Laos e na Tailândia, segundo dados oficiais.
Vários voluntários acorreram hoje para ajudar as vítimas das regiões inundadas em Myanmar.
Um homem contou à agência France-Presse como tentou utilizar cordas, no dia 10 de setembro, para ajudar pessoas presas pela subida das águas que atingiu os quatro metros na cidade de Kalaw, no estado de Shan, situada no centro da Birmânia.
“A corrente era muito forte e alguns edifícios chegaram a ser destruídos”, explicou, afirmando ter visto móveis levados pelas ondas.
“Pude ver famílias encurraladas à distância, nos telhados das suas casas”, recorda este homem que trabalha para uma Organização Não Governamental local. “Ouvi dizer que havia 40 corpos no hospital.”
A cerca de 30 quilómetros, no Lago Inle, uma zona muito turística, o nível das águas atingiu o segundo andar das casas palafitas, segundo um morador que veio ajudar a retirar a família.
Nas zonas próximas do lago, “aldeias inteiras ficaram submersas”, disse hoje à AFP, pedindo para permanecer anónimo.
“Os idosos garantem que este é o nível de água mais elevado alguma vez visto”, acrescentou.
Veículos que transportavam voluntários migraram do centro de Yangon para norte para chegar às zonas do desastre de Taungoo, na região de Bago e em redor da capital Naypyidaw, constataram os jornalistas da AFP.
Os camiões estavam carregados com paletes de água engarrafada, roupa e alimentos secos, e alguns transportavam barcos nos seus telhados.
Os rios Sittaung e Bago, que atravessam o centro e o sul do país, ainda estavam hoje acima de níveis perigosos, segundo os meios de comunicação estatais.
Esta catástrofe agrava a miséria no país, que entrou numa crise humanitária, de segurança e política desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021 contra o governo eleito de Aung San Suu Kyi.
O gabinete meteorológico da Tailândia alertou para novas chuvas fortes nas províncias ao longo do rio Mekong durante o dia de hoje, segundo os meios de comunicação estatais.
Os cientistas dizem que as alterações climáticas estão a tornar a estação das chuvas, que atingem o sudeste asiático entre junho e setembro, ainda mais fortes e erráticas.
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