“Os resultados da atividade nacional de doação e transplantação de órgãos em 2019 foram globalmente positivos, seguindo a tendência crescente dos últimos cinco anos”, refere o IPST em comunicado.
Em 2018, Portugal ocupou o 3º lugar no ‘ranking’ mundial da doação de órgãos de dador falecido, a seguir a Espanha e à Croácia, com 33,4 dadores por milhão de habitantes (pmh), tendo em 2019 ficado nos 33,8 dadores pmh.
“A doação de órgãos (total de 430 dadores) manteve a sua tendência ascendente, com uma subida de 3,4%”, adiantam os dados da Coordenação Nacional da Transplantação, adiantando que as causas de morte, no dador falecido, foram em 80% dos casos por doença médica e destas, 82% por acidente vascular cerebral.
“A idade cronológica dos dadores falecidos tem sido progressivamente mais alta, tal como verificado a nível mundial, o que aumenta muito o número de órgãos com critérios marginais para doação ou já mesmo sem critérios para doação”, refere o comunicado.
A doação em vida foi “mais expressiva” do que no ano anterior, maioritariamente de rim, “regressando aos valores de excelência que se verificaram em 2017 (78 dadores)”.
No dador falecido, o IPST salienta o aumento do número total de dadores em 1% (0,4% dadores pmh), decréscimo do número de órgãos colhidos, aumento de órgãos transplantados por aumento da taxa de utilização de órgãos (de 78% para 84%).
Destaca ainda o início da doação em paragem cardiocirculatória no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que só se veio a consumar este ano, o início da colheita de fígado em dador em paragem cardiocirculatória no Centro de Referência de Transplantação Hepática de Adulto do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, bem como o aproveitamento de dadores de idade mais avançada.
O IPST observa que, em 2019, se atingiu um novo limite com o dador mais idoso, com 90 anos, que foi dador de fígado e o órgão foi transplantado com sucesso.
Em relação às oscilações do transplante em 2019 comparativamente ao ano de 2018, o instituto refere que “o transplante cardíaco manteve-se em curva descendente (12,1%) devendo-se em parte ao envelhecimento populacional”.
Já o transplante pulmonar encontra-se em “rampa ascendente desde 2016, atingindo em 2019 o maior número de pulmões transplantados até hoje: 70 órgãos em 39 doentes (incremento de 40%), mais do que ano anterior.
“Esta unidade de transplantação pulmonar é única e é o garante da sustentabilidade desta atividade em Portugal”, sublinha.
Relativamente ao transplante renal, que tem o maior volume em Portugal, o instituto refere que “tem vindo a aumentar, embora de uma forma muito estável”.
Em 2019 representou 58,5% de todos os órgãos transplantados, tendo aumentado em 12 transplantes (2,4%) muito à custa do transplante de dador vivo.
O IPST salienta ainda o impacto dos primeiros meses de pandemia por SARS-CoV-2 na atividade de doação e transplantação de órgãos em Portugal, considerando o período compreendido entre março e junho de 2020 comparativamente ao período homólogo de 2019.
Segundo o instituto, “foram implementadas ações preventivas para mitigar os possíveis riscos para a segurança e sustentabilidade da atividade de transplantação, como a suspensão da atividade de transplantação eletiva durante a fase de mitigação, considerando sempre a proporcionalidade da evolução e epidemiologia da doença, entre outros fatores”.
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