"Essas bactérias vivem na superfície da vegetação, nas folhas ou no solo", explicou Florent Rossi, principal autor do estudo, em entrevista à AFP. "Descobrimos que essas bactérias são transportadas pelo vento para a atmosfera e podem viajar por longas distâncias, em grandes altitudes, nas nuvens."
A descoberta foi publicada na edição do mês passado da revista "Science of The Total Environment". Os resultados desse estudo afirmaram terem sido encontradas bactérias em amostras de nuvens, que foram recolhidas numa estação de pesquisa localizada a 1465m acima do nível do mar, localizada em Puy-de-Dôme. A amostra foi recolhida entre 2019 e 2021.
Mais especificamente, as amostras recolhidas continham entre 3303 a 30 mil bactérias por cada mililitro de água nas nuvens, ou seja, uma média de 8 mil bactérias por um mililitro.
Apesar do estudo não retirar nenhuma conclusão em termos de possíveis efeitos para a saúde, Rossi sugeriu que os riscos são baixos: "A atmosfera é constituída por bactérias e a maioria das que encontramos eram bactérias ambientais", que têm menos chances de serem nocivas ao homem, explicou. "As pessoas não precisam ter medo de sair à chuva. Não está nada certificado de que essas bactérias sejam nocivas".
Para Rossi, a monitorização contínua da atmosfera pode ajudar a localizar as fontes das bactérias mais resistentes aos fármacos, ajudando assim ao seu combate e possivelmente a "limitar a sua propagação".
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