Enquanto se aguardam os discursos dos líderes dos principais partidos, PP e PSOE, o ambiente nas sedes é de festa, como se ambos tivessem ganho. O que de certa forma é verdade: o PP efetivamente teve mais votos e foi o mais votado, mas o PSOE não só resistiu como pode liderar do novo governo dado o mapa político de Espanha.
À comunicação social, o PP já fez chegar que Feijóo irá reclamar o direito a formar governo, atendendo à sua condição de líder do partido mais votado.
"Não há modelo que não passe ou por Feijóo ou pelo sim explícito do Bildu [braço político da extinta ETA]. Não entenderíamos uma decisão que não fosse nessa direção e lembramos que este país nunca elegeu como presidente alguém que havia perdido as eleições", disseram fontes do PP.
Mas as contas não se limitam ao partido mais votado. Para ter maioria parlamentar é preciso ter pelo menos 176 deputados e o PP tem, com 98% dos votos contados, 136. A aliança com o Vox, não assumida na campanha, também não garante essa fórmula de maioria já que o partido de extrema direita tem apenas 33 deputados, menos 19 que em 2019, o que deixa uma eventual coligação a 7 deputados da maioria (a soma de PP e Vox dá 169 deputados).
O que significa que o PSOE, segundo partido, com 122 deputados, pode, apesar de menos votado, ser o que tem condições de governar. Aliado ao Sumar de Yolanda Diaz, claramente uma das vozes vitoriosas da noite, e sobretudo apto a fazer acordos com os partidos da Catalunha.
Estas são as XVI eleições gerais em Espanha desde o fim da ditadura, em 1977, e estavam recenseados mais de 37,4 milhões de eleitores.
As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.
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