O G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE) - está reunido desde sexta-feira, até domingo, numa cimeira na cidade japonesa de Hiroxima.
A maior preocupação da cimeira é a guerra na Ucrânia, - sendo que o Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou a presença de Volodymyr Zelensky um possível "virar de jogo" - mas também estão outras preocupações em cima da mesa, nomeadamente a tensão chinesa com Taiwan, a ilha que Pequim ameaça tomar pela força se declarar a independência. Estão ainda sob discussão os riscos da proliferação nuclear - numa reunião que ocorre no local do primeiro bombardeamento atómico do mundo - a economia global, a subida dos preços, a crise do limite de endividamento nos Estados Unidos e as alterações climáticas.
Por um lado, organizações humanitárias responderam à cimeira dizendo que se tratou de um "fracasso para o sul global", por não conseguirem "ver o que é realmente necessário para acabar com a fome crescente no mundo", disse o porta-voz da organização humanitária Oxfam International, Max Lawson. “Podem gastar milhões em guerras, mas não podem dar nem metade do que a ONU precisa para as crises humanitárias mais graves”.
Por outro lado, também a China expressou a sua "forte insatisfação" com as críticas que lhe foram levantadas, nomeadamente em matérias de direitos humanos. “O G7 persiste em manipular questões relacionadas com a China, desacreditando e atacando”, disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores. Sobre Taiwan, criticou o G7 por apenas apontar o dedo e não mostrar uma clara oposição ao movimento de independência e, sobre a acusação dos líderes de uso de "coerção económica" como ferramenta política, considerou que "alguns membros do G7 ignoram os princípios da economia de mercado e da concorrência leal e reprimem injustificadamente as empresas chinesas".
Quanto à próxima cimeira, realizar-se-á em junho de 2024 na região de Apúlia e discutirá temas como a imigração africana e a relação com o Oriente, anunciou hoje a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que teve de se ausentar mais cedo da cimeira, devido às inundações no seu país, que já mataram 14 pessoas e desalojaram mais de 36.000.
*Pesquisa e texto pela jornalista estagiária Raquel Almeida. Edição pela jornalista Ana Maria Pimentel
*Com Lusa
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