Num comunicado hoje divulgado, o presidente da Junta de Freguesia, Ricardo Mexia (coligação Novos Tempos – PSD/CDS-PP/Aliança/Partido da Terra/PPM), diz que a população residente no Lumiar está a ser muito prejudicada com as obras para a construção da Linha Circular do Metro de Lisboa.

“O Lumiar tem quatro estações de metro e 75% da população servida por essas estações vai perder o acesso direto ao centro da cidade, por via do projeto que está a ser construído - A Linha Circular”, afirma.

O autarca insiste que o projeto da nova linha circular não vai ao encontro das necessidades e interesses da população local, representando "um enorme prejuízo para todos os que vivem, estudam e trabalham" naquela freguesia lisboeta.

Segundo Ricardo Mexia, a Junta de Freguesia propôs “várias soluções alternativas” à linha Circular, “entre as quais se incluem a linha em laço”, mas foi tudo “ignorado pela Administração do Metro e pelo Governo”.

O autarca revela que as obras em causa estão a causar constrangimentos na circulação, cortes de vias, deslocalizações de estacionamento e do terminal rodoviário e a suspensão do transporte nas linhas Verde e Amarela, a partir de hoje e até 7 de julho.

Num comunicado divulgado a semana passada, o Metropolitano de Lisboa anunciou que a circulação entre Telheiras e Campo Grande (linha Verde) e entre Campo Grande e Cidade Universitária (linha Amarela) vai estar interrompida entre hoje e 7 de julho, devido às obras de expansão daquelas linhas.

Numa publicação na sua página ‘online’, a empresa refere ainda que a estação de Telheiras vai estar encerrada durante este período de obras.

Ricardo Mexia acrescentou que foram pedidas à Junta de Freguesia melhorias no caminho pedonal que atravessa a Avenida Padre Cruz, na ligação entre as Estações de Telheiras e do Campo Grande, “como se isso fosse uma alternativa realista, nomeadamente para quem tenha dificuldades de mobilidade”.

Apesar de considerar que essas melhorias não são solução, elas foram feitas, indicou.

O presidente da Junta disse que questionou o Metro de Lisboa acerca dos transportes alternativos para mitigar os impactos para a população afetada pelas obras.

“Foi, pois, com particular estupefação que a Junta de Freguesia foi informada que a única alternativa seria o reforço dos atuais meios da Carris, o que seria manifestamente insuficiente, mas, mais ainda, nem é sequer percetível que reforço será esse”, afirma o autarca.

Afirmando que os cidadãos do Lumiar, e particularmente os de Telheiras, “vão ficar sem serviço durante dois meses, mas continuarão a pagar na íntegra” os passes, Ricardo Mexia classificou de “inqualificável o prejuízo que está a ser causado” naquela freguesia para se implementar um projeto “que só os vai prejudicar”.

Por isso, vai pedir uma audiência ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, que tutela o Metropolitano de Lisboa, a quem cabe a encontrar uma solução.

Com inauguração prevista em 2024, a nova linha circular, que vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede, irá criar um anel circular no centro de Lisboa, e interfaces que conjugam e integram vários modos de transporte.