Segundo António Filipe Pimentel, trata-se de uma mostra que o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) está a preparar há cerca de dois anos, que decorre da tradicional prática de grandes exposições do museu e que agora faz todo o sentido, devido à visita a Portugal do papa Francisco e às comemorações do centenário das “aparições” de Fátima.
A exposição, que integra também alguns exemplares de desenho e têxteis, é composta por mais de 40 obras do Museu do Vaticano e complementada com obras vindas das galerias de arte antiga do Palácio Corsini e do Museu Borghese de Roma.
Estas obras estão também relacionadas com a Virgem Maria e o Vaticano, disse à Lusa o diretor do MNAA.
O percurso pela exposição culminará numa última sala onde vão estar 15 obras com o mesmo caráter, igualmente de inspiração mariana, mas de proveniência nacional, indicou António Filipe Pimentel.
“Estas obras portuguesas estão em acervos nacionais desconhecidos do público e, além de pintura, integram também desenho e alguma escultura”, precisou.
“Vai ser uma oportunidade excecional e única para o país poder ver obras que estão habitualmente expostas no Museu do Vaticano e que, desta forma, vão poder ser vistas em Portugal”, concluiu António Filipe Pimentel.
A mostra, a inaugurar a 19 de maio, entre o Dia dos Museus (19 de maio) e a Noite Europeia dos Museus (20 de maio), vai ficar patente em Lisboa até 10 de setembro.
A mais recente exposição temporária promovida pelo MNAA, “A Cidade Global – Lisboa no Renascimento”, somou 41.314 visitantes, entre 23 de fevereiro e o passado fim de semana (09 de abril).
“Obras em Reserva – O Museu que não se vê”, “Coleção Masaveu”, “Josefa d’Óbidos e a Invenção do Barroco”, “A coleção de Franco Maria Ricci”, “Os Saboias, reis e Mecenas”, “A paisagem barroca no Museu do Prado” são algumas das exposições temporárias organizadas pelo MNAA.
Neste momento, o MNAA tem patente as mostras “Um gosto pela alegoria”, dedicada ao desenho europeu nos séculos XVI a XVIII, e a instalação “Pinnball Bosh – Venha jogar com Deus e com o demónio”, de Rodrigo Garcia, inspirada no tríptico “As Tentações de Santo Antão” de Hieronymus Bosch, no âmbito da BoCA – Biennial of Contemporary Arts, a decorrer até dia 30.
A obra convidada é o quadro “O Canal Grande a partir do Campo San Vio”, de Giovanni Antonio Canal, Il Canaletto, cedida pelo Musée d’Art de la Ville de Luxembourg, e que poderá ser vista até 02 de julho.
Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga de Portugal, de pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.
Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o acervo integra ainda, entre outros tesouros, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I, datada de 1506, os Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.
Hieronymous Bosch, Albrecht Dürer, Piero della Francesa, Hans Holbein, o Velho, Pieter Bruegel, o jovem, Lucas Cranach, Jan Steen, Velásquez, van Dyck, Murillo, Ribera, Nicolas Poussin, Tiepolo são alguns dos mestres europeus representados na coleção do MNAA.
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