Em declarações à agência Lusa, o diretor dos serviços de qualidade da Direção-geral da Saúde (DGS) indicou que as estimativas mundiais da Organização Mundial da Saúde apontam para que um em cada 10 doentes internados sofram incidentes adversos – como quedas, por exemplo -, sendo que cerca de metade desses incidentes poderia ser evitado.
A “prioridade dada à questão da segurança do doente é inegável”, refere Valter Fonseca, adiantando que a DGS está a elaborar uma norma de orientação para prevenção de quedas nos hospitais portugueses, que deverá conter medidas e sugestões concretas.
Os últimos dados de 2017 e 2018 apontam para uma estabilização do número de quedas dos doentes nos hospitais, com uma média anual de oito mil casos notificados. Em 2016 os dados rondavam os nove mil.
Os números não permitem aferir os contextos concretos em que ocorreram as quedas nas unidades hospitalares, indica Valter Fonseca.
O Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015/2020 determina como objetivo que 95% das unidades de saúde tenham práticas de prevenção e redução de quedas. Segundo o responsável da DGS, atualmente há cerca de 45 unidades com planos internos para a prevenção de quedas.
Outro dos objetivos traçados no Plano era reduzir o número de quedas nas instituições do SNS ou convencionadas, uma redução de 50% em cada ano face ao anterior.
Valter Fonseca indicou à Lusa que o Plano está ainda na fase final da sua implementação, uma vez que se prolonga durante 2020, sendo que só nessa altura deverá ser feita uma avaliação.
A Entidade Reguladora da Saúde divulgou na terça-feira pelo menos quatro deliberações sobre quedas em instituições do SNS. Um dos casos foi de um doente com cancro em fase avançada que acabou por morrer dois dias depois de ter caído no Hospital de Loures onde fraturou a coluna.
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