Os jovens, que foram ouvidos hoje de manhã em tribunal, estão indiciados por cinco crimes de roubo, quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada e um crime de dano com violência.
Ao todo, foram identificados 11 jovens, entre os 14 e os 16 anos, por participarem ou presenciarem os atos, sendo que os três detidos, todos com 16 anos, são “os mais ativos e violentos” do grupo, segundo revelou o comandante distrital da PSP de Faro em conferência de imprensa, na segunda-feira.
Na ocasião, Dário Prates referiu que as agressões e os roubos eram cometidos “com aproveitamento da força do coletivo, alicerçados numa extrema violência gratuita e espontânea, especialmente por parte dos três jovens com maior ascendência no grupo”, detidos na segunda-feira.
Os seus alvos eram, sobretudo, imigrantes das comunidades indiana e nepalesa, tendo sido também registado um episódio de violência contra um sem-abrigo, que ainda não foi identificado, e um roubo a um jovem de 16 anos, embora a PSP acredite que o grupo está relacionado com várias outras ocorrências.
Segundo o comandante distrital daquela força de segurança, a PSP visualizou mais de 20.000 vídeos, bem como centenas de horas de imagens recolhidas pelas câmaras do circuito de videovigilância instaladas na cidade de Olhão, imagens que se revelaram “essenciais para a investigação”, tendo também sido ouvidas várias testemunhas.
“Sabe-se agora que os jovens comunicavam entre si através de um grupo fechado na rede social Instagram, a que atribuíram o nome de 8700 [código postal de Olhão]”, referiu.
A agressão cometida contra o imigrante nepalês em Olhão (distrito de Faro), que se tornou pública com a divulgação de um vídeo nas redes sociais, foi condenada pelas autoridades portuguesas, que consideraram tratar-se de “comportamentos inaceitáveis” que têm de ser “exemplarmente punidos”.
Além da violenta agressão, que ocorreu em 25 de janeiro, o grupo roubou a mochila da vítima, que não apresentou queixa.
Conforme é visível no vídeo divulgado, o cidadão nepalês suplicou para que parassem de o agredir e lhe devolvessem pelo menos os seus documentos.
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