Em comunicado, o organismo da ONU indica que cerca de 3.000 civis permanecem na cidade — que possuía 72.000 habitantes antes do início da guerra –, submetidos a constantes bombardeamentos desde que a localidade se tornou em meados de fevereiro numa das zonas mais intensas do conflito, e necessitando de urgente ajuda humanitária.
“Devido às constantes ameaças relacionadas com as hostilidades em curso, os residentes passam a maior parte do tempo em caves para se protegerem dos combates, e praticamente sem acesso a serviços essenciais. Escolas, hospitais e mercados não funcionam e a cidade não tem fornecimento de água, eletricidade e gás”, indica o comunicado.
O OCHA sublinha que apesar das enormes dificuldades, as autoridades locais, grupos de voluntários, as Nações Unidas e parceiros humanitários estão a promover “todos os esforços para apoiar as pessoas dependentes de necessidades básicas para a sua sobrevivência em Bakhmut e áreas circundantes”.
A estrutura da ONU também recorda que, desde o início de 2023, as Nações Unidas e parceiros enviaram fornecimentos de ajuda humanitária, incluindo alimentação, água e medicamentos para as cerca de 7.000 pessoas que permanecem em Bakhmut e áreas circundantes.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.317 civis mortos e 13.892 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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