“As detenções e o fecho de todas as lojas e negócios detidos por refugiados e requerentes de asilo num subúrbio de Lilongwe, a capital do Malaui, segue-se a uma diretiva emitida pelo governo em 27 de março para garantir a aplicação da política sobre os campos”, afirmou a agência da ONU, referindo-se à obrigatoriedade de regresso aos campos de refugiados.
“Reiteramos fortemente o nosso apelo às autoridades para anularem a sua decisão de realocação, já que as estruturas existentes no campo de Dzaleka já estão esticadas até ao limite e não podem acomodar mais refugiados de forma digna”, disse o diretor do ACNUR na região da África Austral, que inclui Angola e Moçambique.
“Isto vai resultar num enorme sofrimento humano e criar uma nova dependência de assistência humanitária, acrescentou.
Até agora, 505 pessoas regressaram ao campo desde que o governo emitiu a diretiva, em 2021, incluindo 377 refugiados e requerentes de asilo que foram levados à força para o campo na semana passada.
O campo de Dzaleka, que foi originalmente estabelecido para acomodar até 12 mil refugiados, tinha, em 22 de maio, 50.600 pessoas, principalmente da República Democrática do Congo, Burundi e Ruanda.
Até terça-feira, o ACNUR só tinha recebido 9% dos 27,2 milhões de dólares, pouco mais de 25 milhões de euros, que pediu para prestar um apoio decente aos refugiados e requerentes de asilo no Malaui este ano, alerta-se ainda na nota.
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