Num documento assinado pelo bastonário dos Médicos, e divulgado pelo Sindicato Independente dos Médicos, a Ordem entende que os profissionais não podem “continuar a aceitar a violação permanente da dignidade dos médicos, dos doentes e do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
A Ordem dos Médicos distribuiu igualmente o documento, em forma de email, a profissionais de saúde.
“Participar na greve nacional dos médicos decretada pelos sindicatos é, antes de tudo, defender a qualidade dos cuidados de saúde e os doentes”, refere o bastonário Miguel Guimarães, num documento a propósito da paralisação convocada para dias 8, 9 e 10 de maio.
A Ordem considera que existem “razões objetivas que justificam” a convocação da greve e diz que apoiará todos os clínicos que decidirem aderir.
“É o momento de clamar que somos médicos sem medo. Sem medo de defender os doentes, sem medo de defender a dignidade e exigir respeito, sem medo de defender a medicina em que acreditamos, sem medo de denunciar as más práticas, sem medo de exigir mais tempo para a relação médico-doente”, indica o documento da Ordem divulgado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), estrutura que convocou a paralisação conjuntamente com a Federação Nacional de Médicos (FNAM).
Hoje e quinta-feira as secções regionais da Ordem agendaram reuniões gerais de médicos para que os profissionais encontrem “novos caminhos para defender de forma mais eficaz uma política de saúde centrada nos doentes e nos profissionais de saúde”.
A primeira reunião decorre hoje à noite na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, com a presença do bastonário, Miguel Guimarães, do secretário-geral do SIM, Roque da Cunha e do presidente da FNAM, João Proença, entre outros responsáveis.
Depois de duas greves nacionais em 2017, os médicos voltam a paralisar este ano, considerando que o Governo tem sido intransigente e tem desperdiçado as oportunidades de diálogo com os sindicatos.
No pré-aviso já entregue, os sindicatos entendem que a reivindicação essencial é “a defesa do SNS” e o respeito pela dignidade da profissão médica.
Em termos mais concretos, os sindicatos querem uma redução do trabalho suplementar de 200 para 150 horas anuais, uma redução progressiva até 12 horas semanais de trabalho em urgência e uma diminuição gradual das listas de utentes dos médicos de família até 1.500 utentes, quando atualmente são de cerca de 1.900 doentes.
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