O Governo egípcio desencadeou desde o golpe de Estado de 2013 uma vasta operação repressiva dirigida à maioria dos grupos e ativistas da sociedade civil, e procedeu a milhares de detenções.

A ANHRI foi fundada em 2004 por um grupo de advogados e ativistas, tendo ao longo dos anos documentado violações contra cidadãos, jornalistas e presos políticos no Egito e na região.

A organização também acompanhou atentamente, e denunciou, as crescentes intimidações do Governo contra defensores dos direitos humanos e outros.

No entanto, as leis que tornaram ilegais a maioria das atividades da ANHRI forçaram o seu encerramento, indicou em comunicado o seu diretor executivo, Gamal Eid.

Eid indicou ainda que as forças de segurança intimidaram, agrediram e detiveram diversos membros da organização.

“Continuamos a ser advogados com integridade e como indivíduos, defensores independentes dos direitos humanos, continuaremos a colaborar com as poucas organizações de direitos humanos ainda em atividade, e com o movimento global que reclama pela democracia”, escreveu.

Um organismo oficial responsável pelos ‘media’ não respondeu ao pedido para um comentário, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

Muitos dos detidos nos últimos anos são islamitas, mas a repressão também atingiu ativistas seculares que estiveram envolvidos na revolução de 2011 em plena ‘Primavera Árabe’ e que derrubou o autocrata Hosni Mubarak, ao fim de quase 30 anos no poder.

Na qualidade de advogado, Eid tem defendido alguns dos mais proeminentes ativistas seculares detidos. Um tribunal ordenou o congelamento dos seus bens e proibiu-o de viajar desde 2016.

Desde a sua subida ao poder em 2013 na sequência de um golpe militar, o Presidente Abdel Fattah el-Sisi desencadeou uma implacável repressão e baniu a influente Irmandade Muçulmana, desde então definida como “organização terrorista”.

De acordo com a Organização não governamental (ONG) Comité de Proteção dos Jornalistas, o Egito inclui-se entre os países do mundo com mais jornalistas detidos, a par da Turquia e da China.

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