Numa sessão informativa sobre a pandemia de covid-19, a diretora da OPAS foi questionada acerca de previsões sobre o futuro da doença no continente americano.
“No Brasil, prevê-se um aumento exponencial no número de mortes diárias, chegando a um pico de algo como 1.020 mortes diárias para o dia 22 de junho de 2020. Para 04 de agosto de 2020, projeta-se um total de 88.300 mortes”, indicou Carissa Etienne, citando um modelo da entidade para a estimativa de cenários.
A diretora da organização afirmou que “não há dúvidas” de que a América é o novo epicentro da pandemia do novo coronavírus, chamando a atenção para os Estados Unidos da América e para o Brasil, que vêm registando os maiores aumentos diários de novos casos da doença.
“Mas deixe-me pedir cautela: modelos têm limitações. Eles são, primariamente, ferramentas para prever cenários em situações complexas. Eles nunca devem ser levados em conta literalmente. Situações podem ser alteradas baseadas na resposta em particular em qualquer país”, alertou Carissa.
Já o diretor do programa de doenças transmissíveis da OPAS, Marcos Espinal, declarou estar “muito preocupado” com a situação no Brasil, acrescentando que é urgente aumentar a testagem de covid-19 no país.
“O Brasil precisa de aumentar o número de testes. Atualmente, são cerca de três mil por milhão de habitantes. Num país tão grande, de cidades povoadas como Rio de Janeiro e São Paulo, é de importância vital implementar medidas de mitigação, como aumentar os testes e tentar manter o distanciamento social. A situação não vai melhorar na próxima semana. Ainda há um longo caminho a percorrer”, avisou Espinal.
Na segunda-feira, o Brasil registou 807 mortos e 11.687 infetados diários pelo novo coronavírus, num total de 23.473 óbitos e 374.898 casos confirmados desde o início da pandemia no país, segundo dados do executivo.
O Brasil continua a ser o segundo país do mundo com o maior número total de casos de covid-19, apenas atrás dos Estados Unidos da América (mais de 1,7 milhões de casos de infeção), segundo o portal Worldometer, que compila quase em tempo real informações da Organização Mundial da Saúde, dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, de fontes oficiais dos países, de publicações científicas e de órgãos de informação.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Quase 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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