"Temos de libertar estes setores da economia sob pena de estarmos a perpetuar uma crise sócioeconómica que também temos de combater", disse Inês de Sousa Real, à chegada para um jantar com os candidatos do PAN em Lisboa nas autárquicas do próximo domingo.
"De facto, o timing foi um pouco infeliz na medida em que estamos a atravessar uma campanha autárquica e poderá causar até ruído na mensagem que é importante que chegue aos cidadãos", acrescentou a porta-voz do PAN, considerando que se está a discutir se o anúncio de hoje do primeiro-ministro "é uma medida eleitoralista" e não a passar "a mensagem muito clara" aos portugueses sobre os comportamentos que devem manter.
Para Inês de Sousa Real, "isso poderia ter acontecido se, por exemplo as medidas tivessem sido anunciadas na segunda-feira", mas "por outro lado" há setores, como os ginásios, que "vão ter de se preparar" para a nova fase, que entra em vigor no dia 01 de outubro, e é preciso "dar também algum desconto".
"O tempo não foi feliz, não foi talvez o melhor, mas não obstante o importante é que estejamos já a planear este desconfinamento. Temos setores da nossa atividade que foram profundamente fustigados com esta pandemia e é urgente que possam começar a laborar", insistiu.
Mas a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza, "o desconfinamento não pode ser feito sem a devida monitorização e acompanhamento por parte do Estado".
Neste contexto, defendeu que "é importante que se mantenha o distanciamento social" ou o uso de máscara em espaços fechados e com aglomerados de pessoas e que "se faça uma adequada avaliação da necessidade" da terceira dose de vacinas contra a covid-19 para alguns grupos da população, como os idosos.
"O Estado terá de estar muito vigilante e acompanhar todas estas medidas de desconfinamento porque não vencemos ainda o vírus da covid-19, isto não é o fim de uma crise sanitária, é um virar de página extremamente importante para o país", afirmou Inês de Sousa Real, em declarações aos jornalistas.
A porta-voz do PAN pediu também "medidas socioeconómicas", sobretudo no âmbito do Orçamento do Estado para 2022, para "ajudar as famílias" e setores da economia afetados pela pandemia, para evitar que à crise sanitária se siga "uma avalanche de uma crise socioeconómica ainda mais profunda".
Questionada sobre as declarações do secretário de Estado da Internacionalização, Inês de Sousa Real considerou que "esse tipo de comentários são profundamente infelizes".
"A pandemia tirou várias vidas por todo o mundo, não apenas em Portugal (...) Não podemos dizer nunca que uma pandemia desta dimensão é positiva para um país. É profundamente lamentável esse tipo de afirmações", considerou.
O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante, disse hoje, durante o salão de vestuário e têxtil Première Visio, em Paris, que o interesse por Portugal nos mercados internacionais continuou em tempos de covid-19 e a forma como país lidou com a pandemia favoreceu a imagem do país.
Questionado pelos jornalistas sobre o desempenho da marca 'Made in Portugal', o governante afirmou: “Vou dizer uma coisa que talvez não seja politicamente correta. Nós ganhámos com a covid-19. E ganhámos porquê? Porque Portugal foi um país que, tendo as suas dificuldades, enfrentou a covid-19 com bastante êxito”.
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