“Esperamos que contribua para o apuramento da verdade e, acima de tudo, nada traz de volta a vida dessa pessoa, mas que possa haver o mínimo de reparação dentro do que é possível e que a justiça, de alguma forma, seja feita”, afirmou Inês de Sousa Real.
A líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que falava aos jornalistas durante uma ação de campanha no Aeroporto de Beja, considerou que esse pedido feito pelo Ministério Público “provavelmente seria uma inevitabilidade”.
“É importante que seja escrutinado tudo aquilo que aconteceu nesse acidente”, vincou, indicando ter a perceção de “várias questões que deveriam ter sido evitadas” e que o processo foi “mal conduzido desde o princípio e até ao fim”.
A porta-voz do PAN sublinhou que “não pode ser o elo mais fraco a ser responsabilizado”, referindo-se ao motorista do ex-ministro da Administração Interna quando ocorreu o acidente.
“Todos nós também temos responsabilidades nas nossas deslocações enquanto responsáveis políticos”, acrescentou.
O Ministério Público solicitou à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar de Eduardo Cabrita, para que possa ser constituído e interrogado como arguido no caso do acidente mortal na A6, perto de Évora.
O pedido de levantamento da imunidade parlamentar do ex-ministro da Administração Interna, que se demitiu e ficou como deputado, foi feito pela magistrada do Ministério Público titular do inquérito no dia 14, constatou hoje a agência Lusa, ao consultar os autos do processo.
Este mesmo pedido foi deferido, na segunda-feira, pelo juiz do Juízo de Instrução Criminal do Tribunal de Évora, Marcos Ramos, que, no dia seguinte, enviou o requerimento dirigido ao presidente do parlamento.
No documento, o juiz solicita ao presidente da Assembleia da República “a autorização, no âmbito do presente inquérito, para a constituição e interrogatório” do deputado Eduardo Cabrita “como arguido, pela prática de factos capazes de integrar a eventual prática de um crime de homicídio por negligência por omissão”, lê-se.
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