Dois sismos de magnitude 6,4 e 5,8 atingiram a província turca de Hatay na segunda-feira à noite, tendo também sido sentidos no norte da Síria, região já muito afetada pelo terramoto de 06 de fevereiro.
“As pessoas sentiram o sismo e reagiram com medo”, afirmou à agência Lusa Mahmoud Chehadi, diretor da ONG Orange, sediada em Gaziantep, no sudeste turco, mas que trabalha na melhoria das condições de vida no norte da Síria.
Segundo Mahmoud Chehadi, que atravessou a fronteira entre a Turquia e a Síria para avaliar o impacto deste novo terramoto, o pânico gerado pelos mais recentes abalos levou “algumas pessoas a saltarem do segundo andar para o chão”.
“Há vários casos de fraturas por causa de pessoas que, com medo, saltaram das suas casas”, em Idlib, vincou.
Segundo Mahmoud Chehadi, alguns edifícios que já estavam danificados pelo terramoto de 06 de fevereiro acabaram por colapsar em cidades já elas muito afetadas pelo anterior sismo, como Jarabulus, Jenderis ou Afrin.
“Este novo sismo afetou toda a gente”, frisou.
O diretor da Orange reafirmou a necessidade de tendas para as zonas do norte da Síria afetadas pelos sismos, considerando que a ajuda internacional que tem chegado ao terreno ainda não é suficiente.
O canal qatari Al Jazeera deu também nota de vários feridos no norte da Síria, como resultado do pânico destes novos sismos.
“Algumas pessoas atiraram-se das suas varandas”, afirmou igualmente a correspondente da Al Jazeera, Zeina Khodr.
Também citado pela Al Jazeera, Abdulkafi Alhamdo, ativista no norte da Síria, referiu que, por causa do trauma anterior, “toda a gente correu para as ruas”, o que provocou alguns acidentes e feridos.
No sudeste turco, estes dois sismos provocaram pelo menos seis mortos e quase 300 feridos, tendo também gerado o pânico, numa região devastada pelos dois sismos que mataram pelo menos 44 mil pessoas, há 15 dias.
Mahmoud Chehadi, que à hora do sismo, estava em Gaziantep, disse que toda a gente “fugiu para a rua” e que muitos optaram por não regressar durante a noite às suas casas, como foi o caso da sua família.
“A situação não é boa. Todas as pessoas estão na rua e à espera que Deus nos ajude”, disse à Lusa, numa mensagem curta, o diretor da ONG Önder, Abulrahman Dadam, que estava em Afrin, no norte da Síria, quando os sismos foram sentidos.
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