O Vaticano sempre negou que o papa não tenha levantado a voz contra o regime nazi durante a II Guerra Mundial.
“Decidi que a abertura dos Arquivos do Vaticano do pontificado de Pio XIIs será feita a 2 de março de 2020, exatamente um ano depois do 80.º aniversário da eleição ao Trono de Pedro de Eugénio Pacelli”, anunciou hoje Francisco ao receber uma representação de trabalhadores do Arquivo Secreto do Vaticano.
No passado, diferentes associações e o comité de diálogo inter-religioso judaico e católico “International Jewish Comitte on Interreligious Consultations, já tinham pedido para conhecer a documentação sobre aquele pontificado, sobretudo desde que começou o processo de beatificação de Pio XII.
Muitos acusaram o papa Pacelli de não se ter levantado contra os crimes nazis, nem no caso das mais de mil pessoas que foram levadas de Roma, a poucos metros do Vaticano, para o campo de concentração de Auschwitz.
Francisco sempre apoiou a abertura dos arquivos e já disse que Pacelli salvou muitos judeus em segredo. Mas a grande quantidade de documentos dos quase 20 anos de pontificado atrasaram o trabalho de catalogação.
Nos últimos dez anos uma dezena de pessoas esteve a ordenar 16 milhões de documentos.
“Assumo esta decisão depois de ouvir a opinião dos meus colaboradores mais próximos, com uma mente tranquila e confiante, segura de que a investigação histórica, séria e objetiva poderá avaliar de forma correta, com a crítica apropriada, momentos de exaltação desse pontífice, e sem dúvida também momentos de sérias dificuldades, de decisões atormentadas, de prudência humana e cristã”, disse o papa.
Francisco disse também que “a Igreja não teme a história”.
As aberturas do Arquivo Secreto do Vaticano aos estudiosos começaram em 1881, durante o pontificado de Leão XIII (1878-1903). Posteriormente o princípio seguido pelos papas tem sido o de abrir os arquivos aos estudiosos pontificado após pontificado.
Em setembro de 2006, o Vaticano abriu ao publico toda a documentação relativa ao pontificado de Pio XI (1922-1939)
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