“Continuo a pensar na grave situação na Palestina e em Israel, onde muitas pessoas perderam a vida”, disse o líder da Igreja Católica, após a oração do Angelus diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

“Peço-vos, em nome de Deus, que parem, cessem o fogo. Espero que todas as possibilidades sejam exploradas para que o alargamento do conflito seja absolutamente evitado, que os feridos possam ser ajudados, que a ajuda possa chegar a Gaza, onde a situação humanitária é muito grave e que os reféns sejam libertados imediatamente”, continuou.

O Papa interveio várias vezes desde o início da guerra, apelando ao fim dos combates, à libertação de reféns e à ajuda humanitária para Gaza.

A 07 de outubro, o movimento palestiniano Hamas — considerado terrorista pela União Europeia, Estados Unidos e Israel – efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.

Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.

Num balanço efetuado no sábado, o Ministério da Saúde de Gaza adiantou que até essa data tinham sido mortas 9.488 pessoas, incluindo 3.900 crianças, na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel.

Desde o início da escalada e invocando preocupações de segurança, Israel ordenou a retirada dos civis que viviam no norte do estreito enclave para o sul, deslocando cerca de 1,5 milhões de habitantes de Gaza – mais de metade da população total – num contexto de grave escassez de combustível.

No entanto, as forças israelitas continuaram a bombardear a parte sul da Faixa, onde as condições de vida dos habitantes de Gaza são cada vez mais críticas devido à sobrelotação, ao colapso dos hospitais e à escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Por seu lado, o Hamas e outras milícias palestinianas continuaram a disparar foguetes contra Israel, fazendo soar as sirenes mesmo em Telavive e Jerusalém, embora a maioria dos projéteis seja intercetada pelos sistemas de defesa aérea.