O acordo, assinado a 11 de fevereiro daquele mesmo ano, encerrou o conflito que existia entre Itália e a Santa Sé desde o fim dos Estados Pontifícios, em meados do século XIX.

O Papa é um dos últimos monarcas absolutos do mundo. O seu poder temporário é exercido de maneira soberana e exclusiva num território de 44 hectares.

Até 1859, o seu poder estendia-se sobre um reino de 18.000 km2 situado no centro de Itália, com uma população de quase três milhões de habitantes.

A população do Vaticano é atualmente de quase 800 pessoas que têm a nacionalidade vaticana, incluindo cardeais e representantes diplomáticos da Santa Sé (núncios apostólicos), assim como laicos e religiosos.

A nacionalidade não é concedida com base no "ius sanguinis" ("direito de sangue") nem no "ius soli" ("direito do solo"), mas sim por uma espécie de "ius officii", baseado em ter um emprego regular e viver de maneira estável no território.

A segurança é de responsabilidade da gendarmaria vaticana e da Guarda Suíça Pontifícia, o exército mais antigo do mundo, fundado em 1506 é famoso pelos seus uniformes de riscas azuis, vermelhas e amarelas.

Guarda Suíça do Vaticano
Guarda Suíça do Vaticano A data escolhida presta uma homenagem a 147 soldados da Guarda Suíça que morreram a 6 de maio de 1527 a defender o Papa Clemente VII durante o saque de Roma. créditos: AFP; GABRIEL BOUYS

A bandeira do Vaticano é um quadrado composto por duas faixas verticais de cor amarela e branca. Sobre esta última, sobrepõem-se as chaves de São Pedro.

O sistema judicial é análogo ao da república italiana. A pena de morte foi abolida em 1960.

A Santa Sé atua com o direito internacional, pode negociar convenções e abrir representações em outros países.

A Cúria Romana - o governo central da Igreja - é composta pela secretaria de Estado, 16 dicastérios (ministérios), seis órgãos económicos, três tribunais e várias academias e organismos.

A Santa Sé tem um jornal oficial, L'Osservatore Romano, uma emissora, a Rádio Vaticano, museus e publicações em várias línguas, assim como o seu supermercado, a sua farmácia e até mesmo o seu depósito de gasolina.

Um banco, o denominado Instituto de Obras Religiosas (IOR), é encarregado de administrar os bens confiados pelas ordens e outros organismos da Igreja. A instituição já se viu envolvida em vários escândalos.

Enquanto a Cúria administra o funcionamento da Igreja, o Governo do Estado da Cidade do Vaticano é responsável por administrar o dia a dia do pequeno Estado.

O Vaticano é também um dos maiores proprietários imobiliários de Roma e recebe pagamentos das igrejas locais.