A notícia foi avançada hoje pelo jornal francês Le Parisien, após a revista Marianne ter relatado o caso sem desvendar o nome do eleito. Segundo o Le Parisien, Hermano Sanches Ruivo teria sido detido pela polícia para interrogatório, algo que o lusodescendente negou ao jornal, esclarecendo que foi apenas questionado.
À agência Lusa, Hermano Sanches Ruivo diz estar a preparar a resposta com o seu advogado, dizendo-se "sereno" face a estas acusações.
O lusodescendente é vereador da Câmara de Paris desde 2014, tendo renovado o seu mandato nas eleições municipais de 2020 e está à frente das relações de Paris com a Europa. Hermano Sanches Ruivo é também presidente da associação Activa, que procura dinamizar as relações de geminação entre cidades francesas e portuguesas.
O eleito de origem portuguesa é próximo de Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris e candidata socialista à Presidência da República, dando ao caso um destaque acrescido, especialmente porque desde julho de 2020 três outros vereadores já abandonaram o executivo local.
Segundo os meios de comunicação franceses, o interrogatório de Hermano Sanches Ruivo já teria sido submetido ao Conselho de Deontologia da Câmara de Paris, tendo merecido um parecer negativo. No entanto, o presidente deste Conselho, Yves Charpenel, disse que tal não aconteceu.
Também em comunicado de imprensa, a Câmara de Paris esclareceu que desconhecia que Hermano Sanches Ruivo tivesse sido ouvido pela polícia, e "não parece que as suspeitas de um eventual branqueamento de fraude fiscal estejam ligadas ao exercício do seu mandato como eleito".
Anne Hidalgo terá pedido agora ao Conselho de Deontologia que se pronuncie sobre os factos e caso Hermano Sanches Ruivo seja constituído arguido, "deixará de exercer as suas funções junto da autarquia".
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