Em comunicado, Jean-Marc Ayrault condenou o ataque – denunciado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) – como um “ato ignóbil”.
“As primeiras informações dão conta de um elevado número de mortos, entre os quais crianças” na província de Idleb, indicou o ministro.
O chefe da diplomacia francesa realçou que “a utilização de armas químicas constitui uma inaceitável violação da Convenção sobre a Interdição de Armas Químicas (CIAC) e um novo testemunho da barbárie de que o povo sírio é vítima há tantos anos”.
Por isso mesmo, explicou, a França “exigiu a convocatória de uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU”.
Já a chefe da diplomacia da UE, a italiana Federica Mogherini, acusou diretamente o regime de Bashar al-Assad de ser “o principal responsável” pelo ataque químico.
“Hoje, as notícias são horríveis. Evidentemente que a principal responsabilidade vai para o regime” sírio, declarou Mogherini.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o ataque aéreo com gás tóxico em Khan Cheikhoun causou 58 vítimas mortais, entre elas 11 menores.
A organização não-governamental, que citou fontes médicas e ativistas, acrescentou que alguns feridos do ataque, perpetrado por aviões não identificados, apresentavam sintomas de asfixia, vómitos e dificuldade de respirar.
O observatório indica ainda que o balanço de vítimas mortais poderá aumentar tendo em conta o elevado número de feridos.
Os ativistas sírios descreveram o ataque como um dos piores com gás tóxico no país em seis anos de guerra civil e disseram não ter ainda indicação sobre qual o tipo de gás utilizado.
De acordo com os mesmos ativistas, o ataque em Khan Cheikhoun, província de Idleb, foi causado por um bombardeamento aéreo levado a cabo ou pelo governo sírio ou pela aviação russa.
A oposição síria já pediu ao Conselho de Segurança da ONU que abra com urgência um inquérito sobre o ataque com “gás tóxico” perpetrado, segundo disse, pelo regime de Bashar al-Assad no noroeste do país.
A maior parte da província de Idleb está sob controlo de fações rebeldes e islâmicas, entre elas o Organismo de Libertação do Levante, a aliança formada em torno da ex-filial síria da Al Qaeda.
Nos últimos dias têm-se registado vários bombardeamentos, alegadamente com gases, no norte da Síria.
No passado dia 30 de março, mais de 50 pessoas ficaram feridas ou com sintomas de asfixia devido a ataques perpetrados por aviões e helicópteros não identificados, alguns com substâncias químicas, na província de Hama, vizinha de Idleb.
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