Neste voto, a bancada comunista salienta a "vasta, notável e singular obra literária" de José Saramago, que "ficará como marca impressiva na história da literatura portuguesa".
"Ao longo da sua carreira, José Saramago recebeu 18 prémios literários. Ao ser distinguido em 1998 com o Nobel, o único atribuído até hoje a um autor de língua portuguesa, Saramago conferiu uma dimensão mundial sem precedentes à literatura, à língua e à cultura portuguesas e tornou-se o mais universal dos escritores portugueses, traduzido e editado em 27 países", refere-se no texto do voto proposto pelo PCP.
No plano político, o PCP assinala que o escritor nascido na Azinhaga do Ribatejo, concelho da Golegã, foi "interveniente ativo na resistência ao fascismo".
"Saramago deu continuidade a essa intervenção no período posterior ao 25 de Abril de 1974 enquanto protagonista da construção de uma democracia que tinha como referência primeira a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país. Foi militante do PCP desde 1969 até ao final da sua vida", sublinha-se no mesmo documento.
O PCP cita ainda o discurso que José Saramago proferiu na academia sueca, quando recebeu o Prémio Nobel da Literatura: "A voz que leu estas páginas quis ser o eco das vozes conjuntas das minhas personagens".
No texto do voto, a bancada comunista refere-se ainda a um discurso que o escritor proferiu em Lisboa logo após ter recebido o Prémio Nobel da Literatura.
"Saramago dirigiu-se ao Terreiro do Paço para dar um abraço solidário aos trabalhadores que ali levavam a cabo uma jornada de luta contra as alterações à legislação laboral", destaca igualmente o PCP.
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