São mais de 5.000 os subscritores da petição promovida pelo Movimento Peniche Livre de Petróleo, pedem à Assembleia da República que “desencadeie as ações necessárias para cancelar os contratos de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo, e suspender os trabalhos em curso na Bacia de Peniche e na Bacia Lusitânica, no mar e em terra, localizadas ao longo de toda a faixa litoral, entre Lisboa e Porto”.
Os 5.858 signatários alegam que “os riscos ambientais e socioeconómicos são muito elevados” com aquela atividade, que não existem estudos de impacto ambiental, apesar da proximidade à reserva natural das Berlengas, e que os contratos foram negociados e assinados sem consulta pública, refere a petição entregue em dezembro de 2016 e a que a agência Lusa teve acesso.
O parlamento vai também votar dois projetos de resolução, um do Bloco de Esquerda (BE) e outro do Partido Ecologista ‘Os Verdes’ (PEV), e um projeto de lei apresentado pelo deputado do PAN, André Silva.
Nos três, é defendido o cancelamento dos contratos de prospeção e exploração de petróleo em vigor na Batalha e Pombal, no distrito de Leiria, a cargo da empresa Australis Oil&Gás, abrangendo a faixa litoral entre Caldas da Rainha e Soure, entre os distritos de Leiria e Coimbra.
Aquela empresa pretende iniciar as primeiras perfurações em 2019, nas duas áreas concessionadas, na freguesia de Bajouca, Leiria, referente à área designada Pombal, e na freguesia de Aljubarrota, Alcobaça, na área designada Batalha.
Em outubro, o consórcio que integrava a petrolífera italiana Eni (70%) e a portuguesa Galp (30%) anunciou a decisão de abandonar o projeto de prospeção de petróleo na bacia do Alentejo, argumentando que “as condições existentes tornaram objetivamente impossível” prosseguir as atividades de exploração que seriam realizadas a mais de 46 quilómetros do ponto mais próximo da costa e a uma profundidade de cerca de 1.000 metros.
Antes, em maio, a Agência Portuguesa do Ambiente tinha decidido dispensar o furo de pesquisa de petróleo do consórcio Eni/Galp de Avaliação de Impacte Ambiental, referindo que "não foram identificados impactos negativos significativos" na realização do furo de prospeção petrolífera.
Também em maio, o Governo anunciou que não vai atribuir, até 2019, novas licenças para prospeção de petróleo na costa portuguesa, mas mantém os "compromissos contratuais" em curso.
A concessão da pesquisa e exploração de petróleo na região de Leiria é a única ativa no país.
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