As eleições legislativas na Síria realizaram-se com a ausência de partidos da oposição e como tal já era expectável que o partido presidencial conquistasse o maior número de deputados.
As eleições para os 250 assentos parlamentares foram realizadas em 8.151 centros em áreas controladas pelo regime de Damasco, mas a votação foi repetida em vários distritos – incluindo Alepo, Latakia, Hama e Daraa – depois de as autoridades eleitorais terem detetado irregularidades, incluindo eleitores que votaram duas vezes.
Os responsáveis de alguns centros foram já levados à justiça por alegadas violações eleitorais.
No total, 1.516 candidatos concorreram aos 250 lugares. No entanto, apenas 65 desses lugares foram considerados verdadeiramente competitivos, uma vez que o Baath e os partidos aliados apresentaram uma lista de 185 nomes, todos eleitos.
Normalmente, todos os candidatos que passam nas primárias do partido Baath e aparecem na lista final ganham assentos.
Os resultados anunciados mostraram um aumento em relação à votação de 2020, quando o partido de Bashar al-Assad elegeu 177 deputados.
Com um total de 19,2 milhões de eleitores elegíveis, a taxa de participação no escrutínio foi de 38%, segundo as autoridades eleitorais.
Ao contrário das eleições presidenciais, os sírios na diáspora não são elegíveis para votar nas eleições parlamentares.
O presidente do Comité Judicial Supremo para as Eleições sírio, Jihad Murad, que anunciou os resultados, disse que estes “refletem a mais ampla representação do povo sírio nos seus vários grupos e setores”.
A votação é a quarta desde o início da guerra civil no país, em março de 2011.
Com Bashar al-Assad a enfrentar limites de mandato – a sua atual presidência termina em 2028 -, espera-se que o próximo parlamento tente aprovar uma emenda constitucional que possibilite o prolongamento.
Uma emenda requer uma maioria de três quartos, ou seja, 188 votos, mais três do que o número de lugares detidos pelo partido Baath e seus aliados.
No entanto, os candidatos nominalmente independentes também são geralmente considerados leais ao governo.
Além da ausência de figuras de oposição e da supressão de liberdades básicas, as autoridades impediram mais uma vez a presença de observadores internacionais no escrutínio.
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