De acordo com a agência noticiosa EFE, mesmo acima do que as sondagens previam, a UDC, com um discurso cada vez mais populista e a favor de um maior controlo da imigração, aumentou a percentagem de votos alcançada em 2019 em 3,4 pontos e conseguiu 61 lugares no Conselho Nacional.

Isso significa mais oito assentos do que há quatro anos, de acordo com contagens provisórias às 18:00, horário local (mais uma hora do que em Lisboa).

Presidido por Marco Chiesa desde 2020, o UDC é o partido mais votado na Suíça desde 1995 e, no fragmentado cenário político suíço, o único que chegou perto de 30% do total de votos.

Em segundo lugar nas eleições de hoje ficou o Partido Socialista Suíço (PS), com 17,4% dos votos, mais seis décimas que em 2019, pelo que vai somar um assento no Conselho Nacional, chegando aos 40.

Empatados em terceiro lugar, com 14,6% dos votos cada, estão os democratas-cristãos da Aliança de Centro e os liberais do Partido Liberal Radical (PLR), com 30 e 29 assentos, respetivamente, na câmara baixa do parlamento.

Os Verdes são os perdedores das eleições, como já mostravam as sondagens, isto depois da ascensão ao Parlamento em 2019, quando ultrapassaram os Democratas-Cristãos como quarta força política.

Hoje obtiveram 9,2% dos votos, quatro pontos a menos que em 2019, o que significa a perda de seis lugares no Conselho Nacional, ficando agora com 22.

A campanha eleitoral teve a imigração e a segurança como principais temas, que superaram as atenções outrora viradas para as alterações climáticas, alimentados por tensões geopolíticas externas como a guerra na Ucrânia ou o conflito entre Israel e o Hamas.

Depois de finalizar a composição das câmaras baixa e alta – esta última terá de esperar por uma segunda volta em novembro em alguns cantões — o órgão legislativo suíço realizará uma reunião das duas câmaras no dia 13 de dezembro na chamada Assembleia Federal para eleger os sete membros do Conselho Federal, o equivalente ao poder executivo do país.

Dois deles serão para a UDC, outros dois para o PS, enquanto o Centro e o PLR terão de competir para ver quem tem um ou dois vereadores no órgão colegiado de poder, que todos os anos elege um deles como presidente suíço, embora esse cargo seja honorífico.

Em 2019, embora os Verdes fossem o quarto partido acima dos Democratas-Cristãos, não conseguiram entrar na grande coligação de quatro partidos, conhecida na Suíça como a “fórmula mágica”, em vigor com poucas exceções desde 1959 e que é considerada o segredo de estabilidade política do país, mas também de uma certa imobilidade.

A campanha eleitoral passou quase despercebida num eleitorado pouco envolvido. Aliás, a participação nas eleições raramente ultrapassa os 50%, embora o discurso cada vez mais populista da UDC se tenha destacado.

O programa eleitoral deste partido conservador falava abertamente do objetivo de o país não atingir uma população de 10 milhões de pessoas (agora ronda os nove), algo a alcançar com medidas mais restritivas à entrada de imigrantes.