“Espero que o país saiba identificar no atual governo que está a cessar funções responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o primeiro-ministro tenha sido o único que eu tenho memória que se tenha sentido na necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura”, afirmou o antigo presidente do PSD.

Em declarações aos jornalistas à entrada do tribunal, onde vai prestar depoimento como testemunha no julgamento do Caso EDP, Passos Coelho manifestou ainda o desejo de que a situação de Portugal possa melhorar, avisando que as coisas “não melhorarão sem dedicação, esforço e algumas condições para que isso possa ocorrer”.

“Cada um tem o seu tempo e este tempo não me pertence”

O ex-primeiro-ministro admitiu ainda que este não é o seu tempo para intervir no espaço político e manifestou a expectativa de que o PSD possa estar preparado e seja “liderante nesta fase nova”.
“Cada um tem o seu tempo e este tempo não me pertence. E, portanto, devemos deixar o espaço a quem pertence o tempo para fazer aquilo que é preciso. O que eu posso formular é um desejo muito sincero de que o PSD possa estar preparado para os tempos que aí vem”, disse o antigo líder social-democrata.

Sublinhando que será necessário um Governo “que possa inspirar confiança às pessoas”, Passos Coelho acredita numa vitória social democrata nas eleições de 10 de março: "Espero evidentemente que o PSD possa ser o partido liderante nessa fase nova que se vai abrir, não porque é o meu partido - acho que todos compreenderiam que se eu desejasse que o meu partido pudesse ganhar as eleições - e confio que sim, que isso acontecerá”.

(artigo atualizado às 10:19)