“Com alta probabilidade ficaremos com 2% [de crescimento do PIB], o que é positivo”, considerou Paulo Macedo durante uma apresentação no quarto encontro “Fora da Caixa”, que decorreu no Centro de Congressos do Estoril, em Cascais.
No entanto, apesar da nota positiva, Paulo Macedo não deixou de referir que “o aumento em termos de PIB é estranho que não seja mais significativo”.
Paulo Macedo saudou ainda os recentes números do investimento, lembrando que “está a crescer a dois dígitos”, e que “é a primeira vez nesta legislatura que isso está a acontecer”.
O período recente “tem-se caracterizado por anos de baixo investimento”, e Macedo referiu que a recente subida é “muito baseada em turismo e reabilitação urbana, e alguma coisa de máquinas”.
“Porque temos algumas encomendas do exterior melhores do que julgávamos”, acrescentou.
O presidente executivo do banco público endereçou também a temática da balança comercial, considerando que esse “é que é o saldo” mais importante”.
“Se de facto a nossa questão da relação entre as exportações e as importações se deteriora”, completou.
“É preciso falar do saldo orçamental, mas é este [o da balança comercial] que tem de conduzir a economia portuguesa”, considerou o também ex-ministro da Saúde.
No campo empresarial, Paulo Macedo abordou também a questão da produtividade, considerando que “felizmente” há “mais umas centenas de milhar de pessoas a trabalhar” em Portugal, e não para “outras economias”, mas referindo-se à qualificação dos trabalhadores.
“Quando temos empregos em café e restauração, é óbvio que a produtividade é menor do que a de um emprego gerado em engenharia”, disse Macedo, ressalvando que a diferença “não depende se os trabalhadores são muito bons ou muito maus, mas do investimento que lhe está associado”.
O presidente executivo da Caixa terminou a sua apresentação fazendo menção à “produtividade, demografia e economia circular” como as três principais preocupações.
“O país não tem um futuro brilhante se não acolher mais pessoas”, afirmou o gestor, sublinhando que o bom acolhimento “faz parte do ADN” nacional.
A Lusa tentou questionar Paulo Macedo à margem da apresentação, mas o presidente da Caixa não quis responder a questões.
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