O líder do PCP foi o terceiro líder partidário a ser recebido pelo chefe de Estado depois das Eleições Legislativas deste domingo, e esperavam-se declarações durante esta tarde tal como aconteceu com os restantes líderes já recebidos do PAN e Livre. Porém, tendo em conta a greve dos jornalistas decretada para esta quinta-feira, Paulo Raimundo acabou por não falar após 1h20 com o Presidente.

"Senhores jornalistas, por respeito à vossa profissão e por solidariedade com a greve dos jornalistas que hoje está em curso, compreenderão que não prestarei nenhumas declarações", afirmou, no Palácio de Belém.

Recorde-se que esta quarta-feira, Paulo Raimundo, anunciou que o partido vai apresentar uma moção de rejeição ao programa de Governo da AD, comprometendo-se a ser “a oposição” à política de direita e a combatê-la “desde o primeiro minuto”.

“Não será pelo PCP que o projeto da direita será implementado”, garantiu.

“O facto de nós avançarmos para esta iniciativa é um sinal político que queremos dar, que é para ficar logo claro ao que é que se vai. Da nossa parte, nós não temos nenhuma ilusão sobre qual é o projeto do PSD e do CDS, da direita. Não temos nenhuma ilusão qual é o caminho e as consequências na vida das pessoas, dos trabalhadores e do país”, afirmou.

Recorde-se que a AD, que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos, enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Os jornalistas estão hoje em greve contra os baixos salários, precariedade e degradação das condições de trabalho, como pode ser consultado no caderno reivindicativo aqui.

Durante o dia esperam-se concentrações em Coimbra, Porto, Ponta Delgada e Lisboa.

Até ao momento sabe-se que já são quatro dezenas de órgãos de comunicação social de todo o país parados a 100%, segundo o Sindicato dos Jornalistas. Existem ainda uma dúzia de outros meios afetados de forma expressiva e a agência Lusa decidiu interromper o serviço.