Paulo Raimundo encerrou esta tarde a audição pública promovida pelo PCP, em Lisboa, intitulada “Medidas Urgentes para o Serviço Nacional de Saúde”, apelando à necessidade de “salvar o SNS” que “é a pedra angular” num acesso à saúde como “um direito consagrado a todos independentemente dos meios e da idade”.
“O Governo anterior abriu a porta e este, agora, quer escancarar a porta da degradação, do desmantelamento e da privatização de partes do SNS”, acusou.
Segundo o líder comunista, há uma “grande operação subordinada à estratégia lucrativa daqueles que fazem da doença um negócio”.
Para Paulo Raimundo, o SNS “é um investimento não é uma despesa” e reiterou uma ideia que disse já ter defendido durante uma iniciativa do PCP.
“Não é diabolizar o privado, mas as coisas são como são. Ao privado, quanto mais doença melhor. Ao público, quanto mais prevenção melhor, quanto menos doença melhor”, comparou.
Admitindo que o SNS vive um “momento particularmente difícil”, o secretário-geral do PCP defendeu serem precisas “medidas de emergência”, recordando que em abril o partido apresentou um programa para dar essas respostas urgentes.
“Foi a manhã toda com a notícia ‘ai, ai uma operação contabilística de passagem de 100 milhões de euros das Águas de Portugal para o Governo para mascarar a dívida pública’. Um escândalo. Aliás, ontem à noite ninguém dormia lá no meu bairro à conta desse escândalo”, ironizou.
Paulo Raimundo questionou o porquê de não escandalizar, nem abrir telejornais ou convocar debates o facto de oito mil milhões de euros, metade do Orçamento do Estado do SNS, sair “para o negócio privado”.
Condenando o “subfinanciamento crónico e a falta de investimento”, Paulo Raimundo deu como “evidência do errado caminho seguido” o facto de “os últimos 10 anos terem sido os únicos desde há 60 anos em que não se aumentou a capacidade dos hospitais públicos em camas hospitalares”.
“E é um escândalo que hospitais públicos que reduziram o número de camas estejam agora a contratar camas ao privado”, condenou.
Na perspetiva do líder do PCP, “a saúde não se compadece com intermitência”, considerando ser preciso pôr fim aos encerramentos de serviços que foram apresentados como sendo temporários mas que depois vieram “para ficar”.
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