“A falta de profissionais de saúde, sobretudo médicos e enfermeiros (dois médicos apenas em funções atualmente no Centro de Saúde), tem obrigado os trabalhadores a longos horários de trabalho com reflexos negativos na sua atividade e na própria saúde”, argumentou a comissão concelhia de Mora do PCP, num comunicado enviado hoje à agência Lusa.

Segundo a estrutura comunista, “não obstante o empenho, sentido de missão e dedicação ao serviço público” destes profissionais, “é humanamente impossível acorrer a todo o lado”.

No comunicado divulgado hoje, intitulado “A atual situação em Mora exige reforço de todos os Serviços Públicos”, o PCP dirige críticas ao presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo.

Os comunistas afirmaram que, “perante a gravidade desta situação”, têm “repetidamente” vindo a intervir, “exigindo a colocação de mais médicos no concelho de Mora, e dizem lamentar que "os alertas da câmara municipal esbarrem sempre na surdez e inércia do presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo”.

Contactada hoje pela Lusa, a ARS do Alentejo esclareceu, numa resposta por correio eletrónico, que o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Alentejo Central “esteve hoje em contacto telefónico com o presidente da câmara municipal de Mora por forma a poder tranquilizar o responsável do concelho quanto à atividade do centro de Saúde”.

“Embora não estejam disponíveis muitos recursos humanos, particularmente em período de férias, e num contexto do surto que se verifica, os médicos de Mora e médicos de outras unidades funcionais a quem foi solicitada uma colaboração, têm estado a dar a resposta necessária à vigilância dos doentes covid positivos, bem como a garantir o funcionamento da unidade 24 horas”, assegurou a ARS.

O ACES Alentejo Central informou ainda que “tem um concurso a decorrer, para uma vaga considerada carenciada, que permitirá beneficiar em termos remuneratórios o profissional médico que a escolher”.

A comissão concelhia do PCP, no comunicado de hoje, frisou que “tem acompanhado com a máxima preocupação a situação sanitária na vila de Mora” e exigiu “uma resposta firme por parte do governo PS, a começar pelo reforço de todos os serviços públicos, nomeadamente no domínio da Saúde, da Proteção Social e da segurança das populações”.

Além do reforço dos profissionais de Saúde, os comunistas argumentaram que a GNR local “se debate há muito com falta dos efetivos necessários ao cumprimento cabal da sua missão” e que “a falta de meios há muito afeta os Bombeiros Voluntários de Mora” e “permanece sem resposta eficaz”.

O surto de covid-19 em Mora surgiu no dia 09 deste mês, quando foram confirmados os primeiros três casos positivos na comunidade.

O número de pessoas infetadas com a doença subiu hoje para 54, mais quatro do que na quinta-feira, continuando internados no Hospital do Espírito Santo de Évora cinco pessoas, quatro delas (três homens e uma mulher) nos cuidados intensivos) e uma (um homem) em enfermaria.