A reunião acontece um dia após uma manifestação da CGTP em defesa de melhores salários e condições de trabalho, que juntou milhares de pessoas de todo o país na avenida da Liberdade, em Lisboa e na qual participou o secretário-geral comunista.
Jerónimo de Sousa aproveitou a ocasião para voltar a acusar o Governo de teimosia e de não ter cedido nas negociações orçamentais por já estar a pensar na maioria absoluta.
O líder comunista sugeriu mesmo que a manifestação da Intersindical deveria vista como um “cartão amarelo” ao primeiro-ministro, António Costa.
“Não fazemos isto a pensar no primeiro-ministro. Fazemos por uma necessidade objetiva para a vida das pessoas, para a vida dos trabalhadores. Ninguém consegue explicar porque é que não é possível valorizar devidamente os salários, tanto o salário mínimo nacional, como mesmo o salário médio”, sustentou.
O Governo “deveria olhar para esta Avenida [da Liberdade], para estas pessoas, para estes trabalhadores que lutam tanto por um direito de uma vida mais digna” e retirar conclusões, argumentou ainda o líder comunista.
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do “chumbo” do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.
O Orçamento teve apenas o voto favorável do PS e os votos contra das bancadas do PCP, BE e PEV, além dos deputados da direita, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega. O PAN e as duas deputadas não inscritas abstiveram-se.
A perda do apoio parlamentar no Orçamento do Estado de 2022 foi um dos motivos invocados por Marcelo Rebelo de Sousa para justificar a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.
A Constituição determina que as legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento — que só poderá ser decretada, portanto, a partir de 01 de dezembro.
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