“O senhor ministro da economia tem dado um grande apoio ao setor ferroviário, naquilo que depende de si, o que mostra muito bem também a sua vontade de aproveitar a transição climática para desenvolver a nossa economia, fazermos coisas mais sustentáveis”, disse aos jornalistas o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, à margem da 9.ª Conferência Internacional Transport Research Arena (TRA 2022), em Lisboa, que arrancou hoje e termina na quinta-feira.
A posição de Pedro Nuno Santos surge no seguimento da ocupação de seis escolas e universidades de Lisboa, desde a semana passada, pelo movimento Greve Climática Estudantil Lisboa, num protesto que visa exigir o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro da Economia e do Mar e que motivou a invasão da sede da Ordem dos Contabilistas Certificados, no sábado, onde Costa Silva se encontrava numa reunião.
Questionado se considerava o pedido de demissão de Costa Silva injusto, Pedro Nuno Santos respondeu: “Relativamente ao senhor ministro da Economia julgo que sim, agora a luta dos jovens é absolutamente justa”.
“Do ponto de vista do setor que tutelo, que é o transporte ferroviário , que pode dar um grande contributo à transição climática, o senhor ministro da Economia e o ministério da Economia estão a dar um grande contributo”, vincou o governante.
O ministro das Infraestruturas disse ainda que ver “com bons olhos” a preocupação dos jovens com o planeta e o espírito combativo, acrescentando que aceitará reunir-se com os ativistas, caso lhe seja solicitado.
“Nós queremos ter o apoio deles e aquela força e aquela energia dos jovens para continuarmos a dar centralidade ao transporte ferroviário. Quanto mais centralidade tiver a ferrovia, mais nós, no Ministério das Infraestruturas, vamos poder fazer, portanto, se tivermos os jovens connosco, mais sucesso vamos ter nesta grande missão que é conseguirmos passar do automóvel para o comboio, do automóvel para o transporte coletivo”, sublinhou o ministro.
O ministro admitiu que Portugal está “ainda longe” de ter uma “boa rede de transportes coletivos” e que essa “é uma aposta muito grande” do Governo.
Questionado sobre os atrasos no programa de investimento Ferrovia 2020 e o risco de se tornarem investimentos obsoletos quando estiverem concluídos, Pedro Nuno Santos rejeitou a hipótese.
“O Ferrovia2020 vai estar, na quase totalidade, concluído no final de 2023, que é o ano em que o plano de investimento comunitário termina e nós teremos também, por essa data mais ou menos, concluído o Ferrovia 2020, mas estamos hoje a preparar o próximo ciclo de investimento”, lembrou o ministro, referindo-se à linha de alta velocidade, à eletrificação da totalidade da rede ferroviária e ao aumento da capacidade das áreas metropolitanas, que estarão incluídos no PT2030.
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