Num texto enviado a todos os deputados do PSD e a que a Lusa teve acesso, Pedro Pinto diz que, após ter anunciado na semana passada a intenção de disputar com Adão Silva a sucessão de Rui Rio na liderança da bancada, percebeu que a vontade de mudança que sente “colide com o receio que todas as mudanças transportam e com o conforto do conhecido, vencendo assim a audácia de alguns, conduzindo à imobilização de todos”.
“A minha certeza da necessidade de mudança, que sei que é partilhada por muitos de vós, mantém-se e não esmorecerá em momento algum (…) Mas há caminhos que não se fazem sozinho. Por isso, decidi não apresentar a minha candidatura a presidente do Grupo Parlamentar”, afirma.
As eleições para a direção do grupo parlamentar do PSD disputam-se na quinta-feira e a lista tem de ser apresentada até terça-feira, às 18:00, e ser subscrita por um mínimo de 5% dos deputados (quatro, no caso da atual bancada, e que não podem coincidir com os nomes propostos).
“Sei que, por vezes, o nosso tempo não é o tempo da maioria. Sei que nesses momentos é necessário aguardar e caminhar lado a lado. Nesses momentos, ensinou-me a experiência, é necessário aguardar que a audácia vença a inércia e que todos possamos, em conjunto, construir as necessárias transformações para que possamos fazer mais e melhor pelos portugueses”, refere Pedro Pinto.
O antigo ‘vice’ do ex-líder Passos Coelho diz que, apesar da distância continua a considerar “determinante” valorizar a função de deputado do PSD “e potenciar a sua representatividade, criatividade, energia e capacidade política e combater o processo de funcionalização”, que considera ter-se acentuado no partido.
“Como sempre estou e estarei ao lado do meu partido na defesa dos valores em que acredito não deixando, na Assembleia da República e no meu partido, de por eles lutar intransigentemente”, acrescenta.
Pedro Pinto agradece aos deputados que manifestaram disponibilidade para esta disputa e também àqueles que, mesmo essa disponibilidade, quiseram discutir temas que diz serem estruturantes para o PSD.
Pedro Pinto tinha prometido que, se fosse eleito líder parlamentar, as reuniões da bancada passariam a ser semanais (atualmente mensais, segundo o regulamento, mas que não se realizam desde março também devido à pandemia de covid-19).
Estas eleições para escolher o sucessor de Rui Rio como líder parlamentar chegaram a estar marcadas para março, mas foram adiadas devido à pandemia de covid-19 e, depois, para a atual direção concluir a reestruturação administrativa no grupo parlamentar e na sede.
Adão Silva deverá ser então o candidato único nas eleições para a liderança do grupo parlamentar, tal como tinha anunciado em março, e irá manter os nomes que propôs há seis meses, e que passam pela continuidade dos atuais ‘vices’ de Rui Rio e acrescentando como novidade nas vice-presidências a deputada Catarina Rocha Ferreira.
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