Em declarações aos jornalistas, após uma reunião naquele concelho entre o primeiro-ministro e os autarcas dos municípios afetados, no âmbito do programa que assinalou o segundo aniversário da tragédia que vitimou 66 pessoas, a presidente Alda Correia salientou que "um engenheiro florestal neste território faz toda a diferença".
"Precisamos de alguém que esteja neste território a acompanhar-nos", disse a autarca, que espera, em breve, efetuar uma reorganização administrativa no município, que permita colmatar as lacunas técnicas, entre elas a de um engenheiro florestal, cujo procedimento concursal já foi aberto, apesar das limitações orçamentais.
A presidente reconhece que o município ainda não tem Plano Municipal da Defesa Contra Incêndios aprovado devido a "esta condicionante", embora até ao final do mês o documento deva ser entregue ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas para aprovação.
Apesar de ainda não dispor daquele instrumento de gestão, Alda Correia disse que a Câmara da Castanheira de Pera efetuou em 2018 a limpeza de 40 hectares de faixa de gestão de combustível e que este ano deverão executar nove hectares.
"Como devem compreender, a prioridade foi dada à zona não ardida, porque 60% da área florestal do concelho ardeu e agora temos a preocupação de intervir na área que ardeu", referiu a presidente da autarquia.
Segundo a autarca, o município de Castanheira de Pera não tem capacidade de, nos 60% de área queimada, "se substituir aos privados, já que existem dificuldades financeiras e de equipamentos".
Alda Correia adiantou que a autarquia vai ter de adquirir alguns equipamentos "que permitam intervir de uma forma mais sustentada".
Os incêndios de junho de 2017, acrescentou, deixaram "marcas sentimentais profundas na população, que não se ultrapassa de um dia para o outro", pelo que a reunião de hoje em Castanheira de Pera mostrou que o "Governo está preocupado e a analisar o que falta fazer e o que é preciso".
"Acho que esta relação de proximidade pode ser efetivamente uma mais-valia para todos estes territórios, porque foi uma atitude demonstrativa perante todos os presidentes de Câmara da envolvência do Governo na proximidade e no acompanhamento de todas aquelas transformações que se possam vir a verificar", sublinhou.
Dois anos depois do trágico incêndio, a autarca considera que no concelho "ainda está tudo por fazer ao nível das infraestruturas municipais", nomeadamente ao nível industrial, em que o município não tem um local para uma empresa se instalar.
"O executivo municipal está a trabalhar numa zona industrial que está muito degradada", adiantou.
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