Segundo uma nota da EDP Distribuição, a acusação que recai sobre dois dos seus colaboradores “restringe-se unicamente à alegada falta de limpeza da vegetação junto às linhas elétricas”.
“A EDP Distribuição reafirma que tal acusação não tem fundamento, uma vez que efetuou vigilâncias regulares sobre as linhas elétricas e interveio na vegetação, cumprindo todas as suas obrigações de forma a garantir a qualidade de serviço e a segurança da rede”, salientou a empresa.
O juiz de instrução do Tribunal de Leiria decidiu levar a julgamento 10 dos 13 arguidos no processo que visa apurar responsabilidades criminais do incêndio que teve início em Pedrógão Grande, em 2017, que provocou 66 mortos.
A empresa distribuidora de energia elétrica alegou que, no seu entendimento, “não podem ser imputadas responsabilidades criminais aos seus colaboradores” e “reitera a total confiança” no trabalho desenvolvido por si e pelas suas equipas operacionais.
A EDP Distribuição recordou que, “em sede de inquérito sobre a causa do incêndio, foi afastada a hipótese da ignição estar na origem da rede elétrica”.
Dos 13 arguidos do processo, o juiz de instrução decidiu pronunciar, remetendo para julgamento, os então presidentes dos municípios de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, e de Pedrógão Grande, Valdemar Alves.
Na sequência do debate instrutório, o tribunal decidiu ainda levar a julgamento a então engenheira florestal no município de Pedrógão Grande Margarida Gonçalves; o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut; o subdiretor da área comercial da EDP José Geria; o subdiretor da área de manutenção do Centro da mesma empresa, Casimiro Pedro; e três arguidos com cargos na Ascendi Pinhal Interior: José Revés, António Berardinelli e Rogério Mota.
O juiz decidiu não pronunciar o comandante distrital de operações de socorro de Leiria à data dos factos, Sérgio Gomes, o segundo comandante distrital, Mário Cerol, e José Graça, então vice-presidente da Câmara de Pedrógão Grande.
O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.
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