Numa audição no parlamento, requerida pelo CDS-PP, João Paulo Catarino disse ainda que as habitações que faltam reconstruir “estarão adjudicadas aos respetivos empreiteiros e estarão em obras, provavelmente, até ao final do ano”, “com exceção de meia dúzia” que têm outros problemas e que não poderão ser já intervencionadas.
Refutando as acusações dos deputados do PSD Álvaro Batista e Maurício Marques de que “nada foi feito” no apoio à população afetada pelo incêndio de 17 de junho em Pedrógão Grande (Leiria), o responsável da UMVI apresentou dados concretos, concluindo que “alguma coisa se tem feito em Pedrógão Grande”.
“Das 264 casas que foram afetadas no incêndio de Pedrógão Grande, que têm uma estimativa de cerca de 9,7 milhões de euros de intervenção, mais de 100 destas intervenções estão concluídas e estão entregues aos proprietários”, declarou João Paulo Catarino, explicando que as obras implicam projetos e licenciamentos e indicando que “mais de uma centena de casas” necessitam de reconstruções totais.
No âmbito do restabelecimento do potencial agrícola, “foram apoiados até agora 2.090 agricultores, num montante de 3,222 milhões de euros”, verba que já foi distribuída aos agricultores da zona afetada pelo incêndio de 17 de junho, “com exceção de 583 mil euros” que se destinam a concelhos que não são do fundo REVITA [Fundo de Apoio às Populações e à Revitalização das Áreas Afetadas pelos incêndios ocorridos em junho de 2017] e que vão ser pagos durante esta semana com dinheiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da União das Misericórdias.
De acordo com o coordenador da UMVI, foram já apoiadas 24 empresas, com um investimento de 22,3 milhões de euros, e estão atualmente aprovados 15,4 milhões de euros para repor as infraestruturas e os equipamentos municipais afetados pelo incêndio de junho.
Em relação à estabilização de emergência no pós-incêndio, as entidades que apresentaram candidaturas neste âmbito viram aprovados contratos e projetos no valor de 10,3 milhões de euros, avançou João Paulo Catarino, adiantando que estas entidades “estão em condições” de trabalhar, nomeadamente na limpeza dos caminhos.
“O ideal é que tivessem sido mais céleres, mas temos que ter consciência que isto obedece a vários passos”, advogou o responsável em relação às medidas de apoio à estabilização de emergência após o incêndio de Pedrógão Grande.
Os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e Góis, distrito de Coimbra, a 17 de junho, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e que morreu em 29 de novembro.
Do incêndio resultaram ainda mais de 250 feridos.
Comentários