Walter Barton, de 64 anos, foi condenado em 2006 pelo assassinato de Gladys Kuehler em 1991, uma mulher de 81 anos que foi esfaqueada até a morte em Ozark, no Missouri.
Barton sempre alegou inocência. A suas últimas palavras foram: "Eu, Walter 'Arkie' Barton, sou inocente, e eles estão a executar um homem inocente".
Antes, os advogados de Barton deram a entrada de um recurso de última hora por uma suspensão da execução no supremo, mas o tribunal negou o pedido sem comentar o caso.
Barton foi uma das três pessoas que encontraram o corpo de Kuehler no estacionamento para caravanas que ela administrava.
As principais evidências contra Barton foram manchas de sangue nas suas roupas e o testemunho de um informador da prisão.
A sua execução foi a primeira no país desde 5 de março. Um tribunal do Texas tinha apontado que as execuções costumam aglomerar multidões, entre guardas prisionais, advogados, testemunhas e familiares das vítimas.
As execuções foram adiadas em Ohio, Texas e Tennessee devido a preocupações com vírus relacionadas a aglomerações.
O Departamento Prisional do Missouri aumentou os protocolos de segurança, nos quais testemunhas com máscaras foram separadas em três salas, após terem tido as suas temperaturas medidas e mantiveram o distanciamento social durante a execução, informou a porta-voz da instituição, Karen Pojmann.
Ativistas contrários à pena de morte haviam proclamado a inocência de Barton e tentaram interromper a execução.
"O facto de o estado do Missouri levar adiante a execução de Walter Barton esta noite, enquanto enfrentamos uma pandemia mortal, é imoral", disse Cassandra Stubbs, da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU).
"Ao prosseguir, o estado não apenas pôs em risco a saúde dos funcionários prisionais, forçando-os a desafiar as diretrizes de saúde pública, mas também se recusou a considerar evidências novas e persuasivas de que Barton podia ser inocente", acrescentou.
Ao defender a suspensão da execução, os advogados de Barton tinham mencionado preocupações sobre as provas contra ele.
Aapontaram que o primeiro julgamento foi anulado, o segundo teve o júri suspenso e as condenações nos dois seguintes foram anuladas.
Barton foi finalmente condenado e sentenciado à morte num quinto julgamento em 2006.
Michael Wolff, ex-presidente do Supremo Tribunal do Missouri, estava entre os que expressaram dúvidas sobre a culpa de Barton.
Wolff destacou que as evidências de manchas de sangue contra Barton eram "totalmente inconclusivas" e o testemunho do informador da prisão "pressiona a credulidade".
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