Neste novo projeto, os portugueses vão poder investir e financiar o desenvolvimento de uma residência com capacidade para 59 estudantes, a solução que os promotores, Carlos Pinto e Sandra Figueiredo, encontraram para lançar o projeto, após as dificuldades em conseguir financiamento na banca.
Segundo contou à Lusa Carlos Pinto, o projeto foi apresentado à banca, mas o montante e as condições de financiamento apresentadas não eram compatíveis com o desenvolvimento do negócio, levando-os a tentar angariar 550 mil euros através de uma plataforma espanhola de "crowdfunding" focada no setor imobiliário.
A campanha de angariação foi lançada na terça-feira à tarde e até quinta-feira à tarde, cerca de 48 horas depois, já tinham sido angariados mais de 56 mil euros, o que representa já 10% do financiamento pretendido, explicou à Lusa João Távora, diretor-geral da plataforma em Portugal.
A cidade de Faro dispõe de 600 camas espalhadas por várias residências da Universidade do Algarve, insuficientes para os mais de 1.500 novos alunos que entram na academia todos os anos, sobretudo devido ao grande crescimento, nos últimos anos, do número de estudantes internacionais.
Por outro lado, boa parte dos alojamentos da cidade que antes eram, sobretudo, destinados a estudantes, estão a ser convertidos em alojamentos turísticos, devido ao crescimento da procura, o que está também a refletir-se na subida significativa dos valores praticados no mercado de arrendamento.
Ao todo, a criação da nova residência implica o investimento de 800 mil euros, destinados à compra e remodelação do edifício e à aquisição de mobiliário e equipamentos, precisou Carlos Pinto, que calcula ter o financiamento concluído num prazo máximo de entre 45 a 50 dias.
Segundo o promotor da empresa Dear Dynasty, sediada em Lisboa, o modelo de preços a praticar na nova residência é variável consoante o escalão social, podendo oscilar entre os 195 euros e os 450 euros.
Mas se a condução do negócio é feita pelo promotor imobiliário, a plataforma Housers é a responsável pela captação da maior parte do financiamento, permitindo que qualquer pessoa invista, desde que registada, com um mínimo de 50 euros.
João Távora, diretor-geral da Housers em Portugal, explicou à Lusa que a plataforma permitiu "democratizar o acesso a este tipo de investimentos", ao permitir um investimento num projeto imobiliário "em quantias a partir de 50 euros".
O retorno é calculado em proporção ao investimento e, no caso deste projeto específico da residência universitária, o pagamento dos juros é mensal, representando 5% ao ano, num total de 60 meses (cinco anos).
Presente em Portugal desde outubro de 2017, a plataforma já angariou, neste período de um ano e meio, um montante de 4 milhões de euros só de investidores portugueses, estando registadas na plataforma em Portugal mais de 9 mil pessoas.
"Em Portugal, já financiámos hotéis, a construção de urbanizações, de casas, mas para uma residência de estudantes é a primeira vez e é também a primeira vez que fazemos algo no Algarve", concluiu.
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