Foram detidos o executivo da Odebrecht Maurício Ferro e o advogado Nilton Serson, ambos no estado de São Paulo.
Os policiais também executaram mandados de busca e apreensão no estado da Bahia, incluindo endereços ligados ao ex-presidente da empresa Braskem Bernardo Gradin.
Em comunicado, a força-tarefa da Lava Jato informou que a nova fase da investigação tem o objetivo de investigar práticas de crimes de corrupção e branqueamento de capitais relacionados à edição de duas medidas provisórias (leis temporárias assinadas pela Presidência da República) que concederam o direito de pagamento dos débitos fiscais do imposto sobre produtos industrializados com a utilização de valores fiscais de exercícios anteriores.
Os investigadores alegam que os ex-ministros da Economia do Brasil Antônio Palocci e Guido Mantega teriam agido ilicitamente para favorecer os interesses da Braskem, empresa petroquímica que tem a Odebrecht como acionista principal e uma participação relevante na Petrobras.
Os promotores dizem ter indícios de que o ex-ministro Guido Mantega solicitou ao ex-presidente e herdeiro da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, o pagamento suborno no valor de 50 milhões de reais (11,1 milhões de euros) como contrapartida para a edição das duas medidas provisórias.
O pedido teria sido aceite por Marcelo Odebrecht e pago pela Braskem.
“Esta era uma espécie de contabilidade informal de propina da relação ilícita mantida entre a Odebrecht e Mantega”, alegam os procuradores.
Mauricio Ferro, Bernardo Gradin e Newton de Souza foram denunciados pelo Ministério Público brasileiro pela prática dos crimes de corrupção ativa branqueamento de capitais, ao passo que Mantega foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais e Antônio Palocci pelo crime de corrupção passiva.
Os mandados de busca e prisão foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba, que também bloqueou ativos financeiros dos investigados no valor de 555 milhões de reais (123,7 milhões de euros).
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