Em comunicado, a Polícia Judiciária "confirma que assumiu a investigação, relativamente ao crime de dano qualificado, recentemente praticado no Padrão dos Descobrimentos".
Esta força de segurança confirma já ter identificado , no âmbito da investigação, "como suspeita da prática dos factos uma cidadã estrangeira, que já terá praticado atos da mesma natureza similar noutros locais e que, entretanto, se ausentou do território nacional."
Não foi referido em que outros locais foram inscritas pichagens como a que adornou o Padrão dos Descobrimentos.
Este monumento, localizado na frente ribeirinha em Belém, em Lisboa,, foi vandalizado no domingo com um ‘graffiti’ numa das laterais, com uma extensão de cerca de 20 metros e escrito em inglês.
Na mensagem lê-se, em inglês, “Blindly sailing for monney [sic], humanity is drowning in a scarllet [sic] sea lia [sic]”, o que, numa tradução livre, pode ser lido em português como “Velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate”.
A ocorrência foi registada pela PSP cerca das 11:30 de domingo, tendo o facto sido comunicado à Câmara Municipal de Lisboa (CML), que tutela o monumento.
Entretanto, conforme foi ontem noticiado, a PJ pegou no caso, pelo que "foram desencadeadas as diligências investigatórias e periciais necessárias através da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo e do Laboratório de Polícia Científica, para a recolha de elementos de prova e para a descoberta da autoria do ato ilícito", refere a nota, adiantando que "investigação prossegue com a adoção das medidas processuais adequadas à situação".
Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Lisboa informou, através de uma nota publicada no seu ‘site’, que o Padrão dos Descobrimentos, monumento localizado na freguesia lisboeta de Belém, que havia sido vandalizado no domingo, começou a ser limpo ao início da tarde, “após a conclusão das investigações no local pela Polícia Judiciária”.
Segundo a autarquia, que assumiu a limpeza do monumento, com um ‘graffiti’ de cerca de 20 metros, “todos os atos de vandalismo contra o património coletivo da cidade são inadmissíveis”. Já o Presidente da CML, Fernando Medina, partilhou uma fotografia do ato de limpeza com a legenda "A melhor resposta que se pode dar a quem vandaliza o património é a limpeza imediata".
A Lusa questionou hoje a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), empresa municipal de Lisboa, se os trabalhos de limpeza do Padrão dos Descobrimentos já foram concluídos e qual o custo desta operação, aguardando ainda uma resposta.
Na segunda-feira, fonte da EGEAC afirmou que a autarquia já tinha contactado uma empresa especializada que deveria ter começado a remover a inscrição na manhã desse dia, o que não aconteceu devido a um contacto da PJ, que manifestou intenção de enviar uma equipa para investigar o local.
“A PJ está a fazer perícias no local. Estamos prontos a avançar, assim que a PJ concluir a investigação, com essa operação de limpeza em segurança”, disse à Lusa fonte da EGEAC.
Projetado pelo arquiteto Cottinelli Telmo, o Padrão dos Descobrimentos foi construído para a Exposição do Mundo Português, de 1940, mas foi refeito em betão armado e pedra rosal de Leiria, entre 1958 e 1960, tendo sido inaugurado em janeiro desse mesmo ano, no V Centenário da morte do Infante Dom Henrique.
[Artigo corrigido às 13:03 — Corrige data de limpeza do monumento, foi segunda-feira à tarde e não terça-feira de manhã]
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