A roda-gigante e o seu jogo de luzes continuam a destacar-se no meio dos enormes arranha-céus do emirado do Golfo, no coração de uma ilha artificial chamada Bluewaters, que abriga atrações turísticas, restaurantes e luxuosos apartamentos.
Inaugurada em 2021, Ain Dubai encerrou as atividades em março de 2022 para realizar "obras de melhoria", segundo o site oficial, e o encerramento foi sendo prorrogado até novo aviso. A data de reabertura será anunciada "no momento oportuno", com "novas e interessantes ofertas" para os visitantes, lê-se na página institucional online.
Com pouco petróleo, o emirado construiu a riqueza e notoriedade investindo em grande escala no turismo de luxo. Em 2022, o emirado recebeu 14 milhões de turistas, segundo dados oficiais. Com frequência, as autoridades anunciam grandes projetos, mas raramente comunicam os contratempos. Nem o grupo que dirige a Ain Dubai nem seus proprietários ou sócios responderam às perguntas da AFP.
Rumores e especulações
Construída com a ajuda de "dois dos maiores guindastes do mundo", a roda-gigante é composta por cerca de 11.200 toneladas de aço, 33% a mais que a Torre Eiffel.
Face à ausência de explicações oficiais, começaram os rumores e especulações. Alguns mencionam a hipótese de uma fissura no interior da roda, enquanto outros afirmam que a ilha artificial corre o risco de afundar sob o peso da roda.
Um empregado de um restaurante da ilha conta que, durante o funcionamento, ouvia-se um barulho: "Como se algo estivesse se a partir". "Dizem que a roda é mais pesada que a própria ilha", acrescenta, com ironia.
A roda-gigante, que demorava 38 minutos por volta, tem 48 cabines para uma capacidade total de 1.750 pessoas. Os preços dos bilhetes variavam de 100 a 4.700 dirhams (cerca de 27 a 1300 dólares).
"Seja qual for o problema, as autoridades parecem não ter uma solução", diz Patrick Clawson, especialista em assuntos do Golfo do "think tank" americano Washington Institute.
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