O vice-presidente da Câmara de Porto de Mós, Eduardo Amaral, revelou à Lusa que o objetivo é "reformular o que existe".
"Queremos manter o que foi marcado pela Associação de Amigos de Fátima e criar outro caminho com grau diferente de dificuldade. É criar uma alternativa que seja complementar ao que existe", referiu o autarca (PSD).
Segundo explicou, "o caminho que existe atualmente, até às Pedreiras, é mais ou menos bom, mas depois sobe a serra dos Candeeiros e tem algum grau de dificuldade".
"Pretendemos ter dois tipo de percurso: um ‘hard' e outro ‘soft', pelo que vamos criar uma rota que siga para Alvados, onde existe o Centro de Atividades ao Ar Livre, que servirá de casa de abrigo aos peregrinos", revelou.
Os dois caminhos voltam a juntar-se perto da nascente do rio Lena e poderão vir a cruzar-se "mais à frente" com o caminho da Batalha, que "também está a ser reformulado".
Eduardo Amaral informou que esta proposta será apresentada ao Turismo do Centro, numa reunião, dentro de duas semanas.
O fundador da Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima, Rodrigo Cerqueira, alertou para que não se repita a "destruição" que se verificou na rota das Carmelitas, onde todo o trabalho de marcações realizado pelos voluntários desta associação foi "apagado".
"Por causa dos fundos da União Europeia não faz sentido destruir o que está feito. Pode-se melhorar, isso sim. Corre-se o risco de investir milhões e os caminhos acabarem por morrer, como sucedeu com a Rota do Zêzere", exemplificou Rodrigo Cerqueira.
Este responsável salientou que os voluntários da associação têm trabalhado no sentido de apoiar os peregrinos. Além de providenciarem as credenciais, fornecem as guias e os percursos. "Não ganhamos nada com isto. Se já está feito, por que não aproveitar a boleia?", desafiou, referindo que criar uma nova rota que não passe pela serra irá retirar a beleza da paisagem.
"Veremos como corre. Mas uma das coisas que fica gravado em quem faz o Caminho Poente são os vales e as montanhas. É o que temos de diferenciador. Seria ainda importante ser criado um albergue na zona das Pedreiras", constatou Rodrigo Cerqueira.
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