Contactada pela Lusa, fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto afirmou hoje que foi dado parecer positivo à realização das duas manifestações, que serão acompanhadas por agentes de segurança.

Também a Câmara do Porto afirmou que foi solicitada avaliação policial ao Comando Metropolitano da PSP do Porto, como acontece em todas as manifestações.

“O parecer policial não é contrário à realização das manifestações indicadas”, acrescenta, destacando que o direito de manifestação “não carece de autorização” do presidente da autarquia e que a avaliação de segurança é “da exclusividade competência da PSP”.

“Não compete à CMP ajuizar sobre matérias exclusivamente policiais. As manifestações previstas para o dia 6 de abril não são geograficamente coincidentes. As medidas de polícia que possam ser adotadas para este fim específico são da exclusiva competência da PSP”, acrescenta.

Convocada pelo grupo 1143, a manifestação "Menos Imigração, Mais Habitação" está prevista para as 18h00 na Praça D. João I, segundo a PSP.

Na rede social X (antigo Twitter), o grupo, que tem como porta-voz o militante de extrema-direita Mário Machado, convoca "todos os patriotas a marcarem presença" no Porto para mostrarem "oposição à invasão de imigrantes, que é a principal razão para o aumento brutal do preço da habitação".

"Não basta parar a imigração, é urgente iniciar o processo de remigração para a esmagadora maioria destes indivíduos e fazermos ouvir a nossa voz", refere.

Noutra publicação na mesma rede social, o grupo de extrema-direita afirma que "os Fascistas de Abril querem proibir os patriotas de se manifestarem no Porto".

Com o ponto de encontro marcado para a Praça D. João I, o protesto seguirá pela Rua Dr. Magalhães Lemos, Avenida dos Aliados e Rua Sá da Bandeira, terminando no local onde se inicia.

Por sua vez, a associação Habitação Hoje convocou também para sábado uma manifestação "Contra o Fascismo, Mais e Melhor Habitação”.

Segundo a PSP, a ação inicia-se às 17h00 na Praça da Batalha, que dista 350 metros do local de encontro do protesto de extrema-direita.

Na rede social Facebook, a associação apela à união "da classe trabalhadora, portuguesa e imigrante, contra o fascismo, o ódio e a desinformação".

Numa tentativa de impedir a realização da manifestação convocada pelo grupo 1143, várias organizações envolvidas na "manifestação contra o fascismo" lançaram uma carta aberta endereçada ao Presidente da República, presidente da Câmara do Porto, comandante da PSP do Porto e outros responsáveis da área da justiça.

Consultada pela Lusa, a missiva, semelhante à divulgada em janeiro na sequência da manifestação "contra a islamização da Europa" no Martim Moniz, em Lisboa, apela que a se trave "a saída desta manifestação que (...) se constitui como incitamento ao ódio e à violência e não mero exercício da liberdade de expressão".

"Com esta carta pretendemos defender a segurança de todas as pessoas imigrantes em Portugal, combater o racismo, a xenofobia, a hostilidade religiosa e o crescimento do discurso de ódio a que temos vindo a assistir", acrescentam.